Microfones serão silenciados no último debate presidencial dos EUA

A decisão foi criticada pela campanha do presidente Donald Trump, que também desaprovou a escolha dos tópicos a serem discutidos no evento desta quinta-feira (22)

  • Por Bárbara Ligero
  • 20/10/2020 11h34 - Atualizado em 20/10/2020 11h36
Michael Chow/The Republic via USA TODAY NETWORK O presidente Donald Trump aponta para as suas lágrimas depois de apoiadores terem gritado 'eu te amo' durante evento no Arizona

Nesta segunda-feira (19), a comissão que organiza os debates presidenciais nos Estados Unidos anunciou que, em determinados momentos do último encontro entre Donald Trump e Joe Biden, os microfones serão silenciados. Segundo o comunicado, a decisão é um reflexo dos acontecimentos do debate de 29 de setembro, quando os candidatos interromperam as falas um do outro em ocasiões em que seria proibido fazê-lo. A ideia é garantir que a próxima discussão, marcada para quinta-feira (22), seja mais organizada e melhor aproveitada pelos eleitores.

Em cada segmento do debate, os candidatos à presidência tem direito a fazer comentários sem interrupções durante dois minutos. É nesse momento que o microfone do opositor será silenciado. Depois que ambos tiverem feito as suas considerações, os dois microfones serão ligados novamente para a discussão livre e aberta. O texto, na íntegra, foi compartilhado pela emissora de televisão norte-americana NBC, que transmitirá o evento direto da Universidade de Belmont em Nashville, no estado do Tennessee, a partir das 22h do horário de Brasília.

A Comissão dos Debates Presidenciais já divulgou os tópicos que deverão abordados pela jornalista Kristen Welker durante os 90 minutos do próximo encontro.  O republicano Trump e o democrata Biden deverão expor as suas opiniões sobre o combate ao novo coronavírus, as famílias americanas, a questão racial nos Estados Unidos, as mudanças climáticas, a segurança nacional e a liderança.

Segundo a NBC, o gerente de campanha de Trump, Bill Stepien, afirmou que o” presidente Trump está determinado a debater Joe Biden independente dessas mudanças de último minuto”. Através da sua conta oficial no Twitter, ele também compartilhou uma carta, enviada para a Comissão dos Debates Presidenciais na segunda-feira (19), que o critica a escolha dos tópicos a serem discutidos: “quase todos eles foram longamente discutidos durante o primeiro debate (…). Nós esperávamos que política estrangeira fosse o foco central do debate de 22 de outubro”.

O texto afirma que esse seria um tópico sensível para o partido democrata, já que Biden teria apoiado “guerras infinitas”, ajudado o Irã e tido interesses com a China. Além disso, a campanha de Trump também mencionou as reportagens publicadas pelo The New York Post contendo denúncias sobre o filho do candidato, Hunter Biden, acusado de ter utilizado a influência da família para fazer negócios com empresas de energia ucranianas e chinesas. Biden e sua campanha não se pronunciarem sobre o assunto.

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