Morales embarca para o México; militares vão atuar para conter protestos na Bolívia

  • Por Jovem Pan
  • 12/11/2019 06h31
EFE Ao deixar a Bolívia, Morales prometeu voltar "com mais força"

O governo mexicano confirmou, na noite desta segunda-feira (11), que Evo Morales, que renunciou à presidência da Bolívia no último domingo (10), já está a bordo do avião que o levará ao México, onde receberá asilo por razões humanitárias. O ex-presidente boliviano aceitou o asilo oferecido pelo governo mexicano.

“Evo Morales já está no avião do governo do México enviado para garantir sua transferência segura ao nosso país”, anunciou o secretário das Relações Exteriores mexicano, Marcelo Ebrard, no Twitter.

Morales embarcou por volta das 23h (horário de Brasília) na aeronave do governo mexicano em Chimoré, perto de Cochabamba. Após a decolagem, o chanceler postou uma foto com Evo dentro do avião mexicano, ressaltando que a “vida e a integridade” do ex-presidente boliviano “estão seguras”.

Mais cedo, na mesma rede social, Morales despediu-se da população, prometendo ao povo boliviano que em breve voltará ao país natal “com mais força”. “Irmãs e irmãos, parto rumo ao México, agradecido pelo governo desse povo irmão que nos ofereceu asilo para cuidarmos de nossa vida. Sinto dor por abandonar o país por razões políticas, mas sempre estarei atento. Logo voltarei com mais força e energia”, escreveu.

Protestos

Também nesta segunda-feira (11), o comandante-chefe das Forças Armadas da Bolívia, Williams Kaliman, anunciou que os militares realizarão operações conjuntas com a polícia para frear o vandalismo no país. Segundo ele, as Forças Armadas receberam uma carta que dizia que “a polícia boliviana foi superada”.

“Em cumprimento da missão constitucional, o comando militar autorizou que as Forças Armadas executem operações conjuntas com a polícia boliviana para evitar sangue e luto à família boliviana, empregando de forma proporcional a força contra os atos de grupos de vândalos que causam terror”, anunciou. O chefe militar destacou ainda que “nunca as Forças Armadas abrirão fogo” contra a população, e pediu “sensatez e paz” aos bolivianos.

O anúncio de Kaliman vem após o comandante departamental da polícia em La Paz, José Antonio Barrenechea, pedir a intervenção dos militares nas ruas, com o argumento de que a situação está “insustentável” e que os policiais não conseguirão conter a violência sozinhos.

Berranechea, que falou em frente à sede da polícia, rodeado de agentes, pediu a intervenção para que, “conforme a lei manda, possam ser restituídas a paz e a tranquilidade”. “Não vamos permitir que haja um morto sequer no lado da polícia boliviana. A minha responsabilidade é grande. Não quero carregar mortos no ombro. Essas pessoas, e, lamentavelmente, não sei mais do que chamá-las, têm outras intenções. Estão munidas com armas de fogo, com a intenção de matar, o que não podemos permitir. Decidimos pedir o apoio das Forças Armadas”, exclamou.

A policía não pode enfrentar esses grupos armados sozinha com recursos como gás lacrimogêneo, de forma “totalmente desproporcional”, lamentou.

*Com informações da Agência EFE

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