Na ONU, Biden rebate declarações de Putin e diz que ele faz ‘ameaças irresponsáveis’

Líder norte-americano discursou nesta quarta-feira, 21, na Assembleia Geral e afirmou que Putin ‘violou descaradamente a carta das Nações Unidas’; ele também defendeu a reforma do Conselho de Segurança

  • Por Jovem Pan
  • 21/09/2022 12h54 - Atualizado em 21/09/2022 15h37
TIMOTHY A. CLARY / AFP Biden na ONU (1) Biden discursou nesta quarta-feira, 21, na Assembleia Geral da ONU

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, rebateu nesta quarta-feira, 21, as declarações feitas pelo líder da Rússia, Vladimir Putin, e afirmou que ele faz ameaças irresponsáveis, se referindo ao anúncio feito russo nesta quarta em que diz que vai usar armas nucleares se o ocidente continuar se envolvendo no conflito do Leste Europeu. “Uma guerra nuclear não pode ser vencida e nunca deve ser travada”, disse Biden. As falas foram ditas na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), onde também defendeu a carta das nações unidas e voltou a condenar a guerra que já chega ao seu sétimo mês. “”Um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas invadiu seu vizinho, tentou apagar um Estado soberano do mapa. A Rússia violou descaradamente os princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas”, disse. “Putin falou que estava sendo ameaçado e por isso começou uma guerra, mas ninguém ameaçou ela”, acrescentou o líder norte-americano. A informação sobre as fala de Biden já tinham sido adiantadas na terça-feira, pelo conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, em entrevista a repórteres locais. “É um momento para apoiar os princípios fundamentais da carta”, disse durante a coletiva de imprensa na Casa Branca.

O norte-americano, que naturalmente fala no primeiro dia da Assembleia Geral, só discursou hoje porque estava no Reino Unido para o funeral da rainha Elizabeth II e precisou mudar a data.  Biden também aproveitou o momento para anunciar US$ 2,9 bilhões de dólares em nova ajuda para enfrentar a insegurança alimentar mundial, intensificada pela guerra entre Rússia e Ucrânia. A informação já tinha sido adiantada pela Casa Branda e se junta aos “6,9 bilhões de dólares em assistência comprometidos este ano pelo governo dos Estados Unidos para apoiar a segurança alimentar mundial”, disse um comunicado. Na Assembleia Geral, Biden também pediu uma reforma urgente no Conselho de Segurança da ONU. A reforma no Conselho é um tema recorrente em quase todas as crises internacionais quando um dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França) exerce seu direito de veto para impedir resoluções propostas por outros. Mas a forma como Moscou tem usado seu poder de veto desde que invadiu a Ucrânia levou Washington a retomar o tema e insistir na ampliação do Conselho, que tem 15 membros, incluindo os cinco permanentes.

Assuntos da atualizada foram presentes na fala de Biden. Além do conflito no Leste Europeu, insegurança alimentar, ele também falou sobre as crises climáticas que tem acontecido no mundo inteiro. “Não temos muito tempo mais. A crise climática acontece e ninguém mais tem dúvidas depois desse ano”, disse e relembrou alguns episódios recentes como o  Paquistão de baixo d’água e a seca sem precedentes que atinge alguns países”. Biden também demonstrou seu apoio as mulheres iranianas. “Hoje apoiamos os corajosos cidadãos e as corajosas mulheres do Irã que neste momento estão se manifestando para assegurar seus direitos básicos”, declarou. Desde sexta-feira, 16, após a morte de Amini, de 22 anos, que havia sido detida pela polícia da moral, responsável por observar o cumprimento do rígido código de vestimenta para as mulheres, começou uma revolta popular. Manifestações tomam às ruas pelo quinto dia seguido e muitas iranianas retiraram o véu como forma de protesto.

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