Navios de grãos deixam a Ucrânia, mas carga é rejeitada pelos compradores

Moscou e Kiev assinaram um acordo em 22 de julho para desbloqueio do Mar Negro e retomada das exportações; 12 embarcações já deixaram o porto ucraniano

  • Por Jovem Pan
  • 09/08/2022 11h29 - Atualizado em 09/08/2022 11h34
Serviço de imprensa do Ministério da Autoridade de Portos Marítimos da Ucrânia/via REUTERS grãos ucranianos O graneleiro com bandeira da Libéria Arizona é visto no porto marítimo de Pivdennyi após reiniciar a exportação de grãos, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, perto da cidade de Yuzhne, Ucrânia

Desde que Rússia e Ucrânia assinaram um acordo para exportação dos grãos ucranianos que estavam presos no Mar Negro por causa do conflito entre os dois países, que acontece desde o dia 24 de fevereiro, 12 embarcações foram rumo aos seus destinos. Só nesta terça-feira, 9, mais dois navios de transportes airam do porto ucraniano de Chornomorsk, disse o Ministério da Defesa da Turquia. Entretanto, um problema já se fez visível. Segundo a agência de notícias ANSA, 26 mil toneladas do produto foram rejeitados pelo comprados devido ao atraso, de mais de cinco meses, que a mercadoria chegou. O navio que deveria ter desembarcado no domingo, 7, continua próximo ao mar turco a espera de um novo comprador, informou a embaixada. Segundo os dados de Kiev, cerda de 20 milhões de toneladas de grãos e cereais então nos portos da Ucrânia esperando para serem transportados. Os navios que deixaram o porto hoje foram rumo a Coreia do Sul, carregando 64.720 toneladas de milho, e Istambul, transportando 5.300 toneladas de farinha de girassol, informou o ministério.

queda nos preços dos alimentos

O acordo, mediado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a Turquia, inclui que as embarcações precisam passar por inspeção para evitar o contrabando de armas. Por isso, os quatro navios que deixaram a Ucrânia no domingo estão ancorados perto de Istambul e serão inspecionados nesta terça-feira, disse o comunicado do Ministério da Defesa. A supervisão está sendo realizada por um Centro de Coordenação Conjunta (JCC), onde estão trabalhando funcionários russos, ucranianos, turcos e da ONU. Rússia e Ucrânia assinaram em 22 de julho dois acordos, monitorados pela Turquia e pela ONU, que possibilitaram a retomada das exportações de cereais ucranianos e de produtos agrícolas russos bloqueados nos portos desde o início da guerra. A retomada das atividades é visto com bom olhos, pois havia um temor que o conflito e a paralisação das exportações pudessem levar a uma grave escassez de alimentos e até a surtos de fome em partes do mundo. A Ucrânia espera exportar 20 milhões de toneladas de grãos em silos e 40 milhões de sua nova colheita, disse o consultor econômico do país, Oleh Ustenko. O governo espera angariar 10 bilhões de dólares para sua economia abalada com esses volumes, mas Ustenko disse que pode levar de 20 a 24 meses para exportá-los se os portos não estiverem funcionando adequadamente.

*Com informações da AFP, Reuters e ANSA

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