No espaço, astronautas improvisam conserto de estação com fita adesiva

Para arrumar temporariamente um pequeno vazamento de ar, a tripulação da Estação Espacial Internacional utilizou folhas de chá e fita adesiva de poliamida

  • Por Jovem Pan
  • 19/10/2020 14h12 - Atualizado em 19/10/2020 14h14
Andrey Shelepin/GCTC/Russian space agency Roscosmos/Handout via REUTERS Astronauta da agência russa Roscosmos realiza testes antes da expedição à Estação Espacial Internacional

Em agosto, a tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS) detectou um micro vazamento de ar na plataforma, que orbita a cerca de 400 km da superfície terrestre. Como os equipamentos não foram capazes de detectar o exato local do problema, os astronautas russos e norte-americanos que se encontram atualmente no laboratório tiveram que improvisar com o que tinham a bordo. Primeiro, para identificar onde estava o buraco, eles tentaram soltar pedaços de papel, na esperança de que eles fossem puxados pelo fluxo de ar. Não funcionou: devido à eletricidade estática, os papéis grudaram nos painéis da estação e não indicaram o caminho.

A segunda tentativa, bem sucedida, foi utilizar folhas de chá. Os detalhes da ideia foram relatados por Pavel Vinogradov, vice-diretor do centro de voo espacial da corporação russa Energy. “A folha de chá é orgânica e não é afetada pela eletricidade estática. Eles abriram um saquinho de chá e deixaram cair uma pitada de folhas no compartimento onde supunham que havia o vazamento. Com base no movimento das partículas quase microscópicas, a direção do fluxo de ar poderia ser estabelecida”, explicou em declaração à agência Roscosmos.

Depois, bastou utilizar um pouco de fita adesiva poliamida para tampar o vazamento. Vinogradov explicou que esse arranjo é provisório: “nos próximos dias, os cosmonautas verificarão a área suspeita com equipamentos e depois selarão o vazamento definitivamente. Não com um pedaço de plástico, é claro. Eles têm tecnologias especiais para selar os buracos”. A Roscosmos esclareceu que, apesar de se tratar de um vazamento um pouco maior do que o permitido pelos regulamentos, ele não representa perigo para a tripulação ou para a própria ISS.

*Com informações da EFE

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