Mortos no Japão após terremoto na costa oeste sobem para 50; buscas em escombros continuam

Autoridades acreditam que pessoas ainda possam estar presas sob destroços dos edifícios desabados e que número de mortos deverá aumentar nas próximas horas

  • Por Jovem Pan
  • 02/01/2024 11h55 - Atualizado em 02/01/2024 17h57
EFE/EPA/FRANCK ROBICHON Terremoto Japão Vista de uma estrada destruída após um forte terremoto perto da cidade de Togi, Península de Noto, no Japão, em 2 de janeiro de 2024

O número de mortos em consequência do terremoto de 7,6 graus de magnitude que atingiu a costa oeste do Japão na segunda-feira, 1º, subiu para 50, enquanto continuam os esforços de resgate e a busca por pessoas presas sob os escombros dos edifícios desabados, segundo informaram fontes oficiais japonesas. A cidade de Wajima, a cerca de 500 quilômetros de Tóquio e situada muito perto do epicentro do sismo, foi uma das mais atingidas pelo terremoto, que provocou o desabamento de cerca de 25 edifícios, muitos deles habitações particulares, nesta localidade de cerca de 27.000 habitantes. As autoridades acreditam que pessoas ainda possam estar presas sob os restos de 14 destes edifícios, segundo dados do Corpo de Bombeiros local, que segue realizando operações de resgate. Em várias das cidades afetadas, dezenas de pessoas foram levadas a hospitais e os esforços de resgate continuam, razão pela qual o número de mortos deverá aumentar nas próximas horas. Imagens captadas pela “NHK” na manhã desta terça-feira mostraram um prédio de sete andares colapsado e uma coluna de fumaça subindo em uma área central de Wajima conhecida por seu mercado matinal. A província também sofreu um incêndio que afetou mais de 200 estruturas e persiste em algumas áreas, embora as chances de se espalhar ainda mais sejam mínimas, segundo as autoridades.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, realizou nesta manhã uma coletiva de imprensa na qual disse que ele próprio será o responsável pela gestão do desastre. “Serei o diretor-geral, mobilizarei as Forças de Autodefesa, a Guarda Costeira japonesa, os bombeiros e a polícia”, explicou o premiê, que comentou que está sendo extremamente difícil o acesso de veículos às áreas do norte da península de Noto e que o governo já enviou suprimentos por navio. O líder do Executivo japonês também pediu aos moradores das zonas afetadas “que atuem com segurança”, uma vez que “o risco de desmoronamentos de casas e deslizamentos de terras está aumentando nos pontos onde os tremores foram fortes”. De acordo com os últimos números desta tarde, cerca de 32.000 pessoas foram evacuadas nas províncias de Ishikawa, Toyama e outras áreas próximas, enquanto os serviços aéreos e ferroviários locais permanecem suspensos. Cerca de 1.000 soldados das Forças de Autodefesa japonesas estão participando das operações de resgate. Já o número de casas sem eletricidade, principalmente em Ishikawa, está atualmente estimado em dezenas de milhares. Felizmente, as subidas do nível do mar detectadas em diferentes localidades japonesas, e até mesmo na vizinha Coreia do Sul, não causaram danos significativos.

O terremoto de segunda-feira é o mais mortal no Japão desde abril de 2016, quando dois terremotos de 6,5 e 7,3 graus de magnitude atingiram a ilha japonesa de Kyushu, deixando mais de 200 mortos e mais de mil feridos. O Japão é considerado o país mais preparado do mundo para gerir desastres naturais devido à sua frequência. As construções resistentes a fortes sismos e uma população prevenida são as principais chaves para a sua proteção. Uma lei de 1981 marcou um antes e um depois nos padrões de construção anti-sísmica do país, que foram reforçados nas últimas décadas e que são, segundo especialistas, os mais elevados do mundo.

*Com informações da agência EFE

 

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