Número de mortos por ciclone Idai pode chegar a mil

  • 18/03/2019 15h48
Youtube/Euronews "Vimos durante o voo corpos flutuando, um verdadeiro desastre humanitário de grandes proporções", disse o presidente de Moçambique, Filipe Nyusi

O ciclone Idai, que atingiu o sudeste da África nos últimos dias, já deixou 222 mortes, contagem confirmada pelas autoridades do Zimbábue, Moçambique e Malawi. Mas o número pode ser maior. O presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, disse, ao dar uma entrevista para uma rádio local, que há corpos flutuando e que tudo indica que há mais de mil mortos.

“Formalmente e até o momento, registramos mais de 84 mortos, mas tudo indica que poderemos registrar mais de mil mortos”, disse hoje o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, depois de visitar no fim de semana as províncias atingidas.

Os distritos de Búzi, Chibabava e Muanza, no centro do país, foram bastante afetados. Eles fazem parte de uma região na qual vivem mais de 1 milhão de pessoas.

O presidente, que sobrevoou a região, indicou que aldeias inteiras desapareceram nas enchentes e que há regiões totalmente incomunicáveis. “Vimos durante o voo corpos flutuando, um verdadeiro desastre humanitário de grandes proporções”, assinalou.

O ciclone Idai chegou ao litoral de Moçambique, cerca de 300 quilômetros ao leste do Zimbábue, na quinta-feira, 14, durante a noite, e provocou graves danos à cidade litorânea de Beira, a energia de 500 mil habitantes sofreu um corte, assim como as telecomunicações.

Esta cidade, a quarta maior do país, está destruída em 90%, segundo indicou hoje a Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV).

Idai continuou seu trajeto rumo ao leste do Zimbábue na sexta-feira, 15, onde os fortes ventos e chuvas causaram transbordamentos de rios e grandes destruições nas principais infraestruturas de comunicação.

Nas regiões mais afetadas, como na cidade zimbabuana de Chimanimani, os moradores publicaram um vídeo nas redes sociais no qual é possível ver uma dúzia de corpos de pessoas, que morreram em um deslizamento de terra, esperando em uma igreja para serem sepultados.

“Estamos esperando os enterros. Há centenas de pessoas sem casa, sem comida, sem refúgio, se abrigando onde podem”, diz uma das pessoas que aparecem no vídeo. Esta manhã, o presidente zimbabuano, Emmerson Mnangagwa, voltou ao país dos Emirados Árabes Unidos (EAU), uma visita que foi criticada pela oposição por ele estar ausente enquanto o país vivia esta catástrofe.

O presidente disse à rádio estatal “ZBC” que a nação estava “profundamente afligida” pela catástrofe e que as forças armadas estavam fazendo o possível para oferecer assistência às famílias afetadas

*Com EFE

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