NY tem 777 novas mortes por Covid-19 e teme 2ª onda de contágios

  • Por Jovem Pan
  • 10/04/2020 18h23
EFE/EPA/JUSTIN LANE nova-york-coronavirus Nas últimas 24 horas, 4.908 pessoas foram internadas em UTIs, menos que as 4.925 da véspera

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, anunciou nesta sexta-feira (10) 777 novas mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, aumentando para 7.844 o número de óbitos causados pela doença no estado. O governador alertou para o risco de uma segunda onda da pandemia, que pode ser evitada com a realização de milhões de exames, segundo ele.

“Não é fácil aceitar o que está acontecendo”, disse Cuomo, ao explicar que o alto número de óbitos (após o aumento recorde de 799 anunciado no dia anterior) está associado às mortes da maioria das pessoas que foram internadas com sintomas e necessitaram respiradores nas duas últimas semanas.

Um dado positivo é que, pela primeira vez, houve uma leve diminuição de admissões em UTIs, 17 pessoas. Nas últimas 24 horas, 4.908 pessoas foram internadas em UTIs, menos que as 4.925 da véspera.

“As pessoas que chegaram há duas semanas receberam tratamento e melhoraram ou ficaram no hospital com um respirador. E quanto mais você fica com um respirador, menos chances tem de sair. São essas pessoas que estamos perdendo”, analisou o governador.

Segunda onda de contágios

Cuomo advertiu sobre os perigos de uma possível segunda onda da doença e pediu para que, diferentemente do que aconteceu nas últimas semanas nos Estados Unidos, o país aprenda com o que aconteceu em outros.

“Vai haver uma segunda onda? Vamos olhar para os países que já passaram por este processo e aprender com eles. O que fizeram, o que funciona e o que não funciona”, acrescentou.

Como exemplo, Cuomo citou Hong Kong, que “parecia ter a situação sob controle, relaxou as medidas e teve uma segunda onda de contágios”, e mencionou que “a Itália também viu uma subida no número de casos”.

Na opinião do governador, antes de tomar uma decisão sobre a volta ao trabalho e à atividade normal no estado de Nova York, deveriam ser feitos “milhões” de exames, tanto em pessoas com sintomas de Covid-19, como em pessoas que acreditam ter se recuperado para confirmar a presença de anticorpos.

“A chave para poder retomar (as atividades) serão os exames em uma escala nunca antes vista. Ainda assim, é um grão de areia no deserto”, afirmou, ao anunciar que o laboratório estatal de Nova York está realizando 300 testes não invasivos de anticorpos por dia, número que nesta sexta-feira se situaria em mil, e na semana que vem, 2 mil.

Cuomo, que pediu ajuda do setor privado para a realização dos exames, se mostrou “cautelosamente otimista” pelo que disse considerar uma diminuição na taxa de internações hospitalares e nas UTIs nos últimos três dias.

“Estamos com total controle sobre o nosso destino. O que fizermos significará, literalmente, a vida ou a morte para as pessoas. Temos que continuar em casa porque isso funciona. O que fizermos hoje determinará a taxa de contágios em dois ou três dias”, declarou.

Sobre o material de proteção médica e respiradores nos hospitais de Nova York, Cuomo declarou se sentir “confortável neste momento” e que há material suficiente “se os contágios continuarem a diminuir”.

O estado de Nova York registra mais de 160 mil casos confirmados de Covid-19, mais que qualquer outro país do mundo, exceto os Estados Unidos.

* Com EFE

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