Ômicron: Veja o que se sabe até agora sobre nova variante da Covid-19

Identificada pela primeira vez na África do Sul, nova cepa foi considerada ‘de preocupação’ pela OMS, que apontou risco global alto de disseminação

  • Por Jovem Pan
  • 29/11/2021 14h00 - Atualizado em 29/11/2021 14h15
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EFE/EPA/ATEF SAFADI pessoa sendo testada para covid-19 Todos os continentes do mundo já registraram variante ômicron da Covid-19

A Organização Mundial da Saúde considerou nesta segunda-feira, 29, que a variante Ômicron do coronavírus tem probabilidade alta de disseminação em nível global, o que reforça o “isolamento” de pelo menos seis nações do sul do continente africano com voos de partida e chegada bloqueados para a maior parte do mundo. A variante, a princípio batizada de “B.1.1529”, foi identificada pela primeira vez na África do Sul, reportada à OMS em 24 de novembro e divulgada ao mundo em coletiva de imprensa do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul no dia 25, quando países começaram a impor restrições de viagens para tentar evitar propagação da nova cepa. Todas as informações divulgadas por institutos de pesquisa até agora são parciais, já que os especialistas se debruçaram sobre os dados da doença há menos de uma semana. É possível dizer, porém, que nenhuma morte em pessoas notificadas com a nova variante foi registrada até o momento.

Variante pode ser mais transmissível, mas não há indícios de que seja mais grave

A análise dos cientistas sobre a nova cepa descoberta apontou que a Ômicron tem 50 mutações, 30 delas na proteína spike, usada pelo vírus como “forma de entrada” nas células. A Organização Mundial da Saúde afirmou em comunicado nesta segunda-feira, 29, que algumas mutações “podem estar associadas a um potencial escape imunológico e maior transmissibilidade”. Para o órgão, o número de mutações é “altamente divergente” de outras cepas e a possibilidade de reinfecção por ela ainda é alta. Uma das médicas responsáveis pela identificação da variante, Angelique Coetzee, conversou com o jornal britânico BBC e afirmou que os casos da nova variante até o momento são “extremamente leves” e que na África do Sul, aqueles que estão contaminados com a mutação não foram internados. A fala da médica foi endossada por outro posicionamento da OMS, que afirmou neste domingo, 28, que não foram encontrados indícios de que a variante provoque mais casos graves ou sintomas diferentes das cepas já conhecidas.

Uso de máscara e distanciamento social são úteis para conter propagação

Ainda é cedo para definir se a cepa consegue ou não “escapar” das vacinas aplicadas atualmente no mundo, já que os imunizantes desenvolvidos pelas farmacêuticas levam em consideração as primeiras versões identificadas da Covid-19. Equipes de especialistas da OMS trabalham juntas para tentar determinar o grau de risco para a população mundial e a força da cepa contra as vacinas, mas a organização lembra que as medidas propagadas contra a doença desde o início da pandemia, como uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social, continuam sendo as formas mais eficazes de evitar a contaminação. Por mais de uma vez, os especialistas lembraram que outras variantes em circulação no mundo, como a Delta, identificada pela primeira vez na Índia, podem ser evitadas com os imunizantes. Na África do Sul, apenas 24% da população está totalmente vacinada contra a Covid-19, o que pode ter sido um “facilitador” na criação e propagação da cepa.

Casos foram registrados em todos os continentes

Na noite deste domingo, 28, o Canadá confirmou os primeiros dois casos da variante no país, instalados na província de Ontário. As ocorrências foram as primeiras nas Américas e marcaram o momento no qual a nova cepa foi confirmada em todos os continentes do mundo. O epicentro dos casos ainda é a África do Sul, mas a variante já está presente em países como Holanda, Israel, Alemanha, Bélgica, Reino Unido, Austrália e República Tcheca. Até o momento, não há qualquer caso da nova variante confirmado no Brasil, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) monitora um paciente vindo da África do Sul que desembarcou no Aeroporto de Guarulhos no sábado, 27, e testou positivo para a doença.

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