OMS aconselha união entre Governo e Estados brasileiros na gestão de Queiroga

Representantes da organização comemoraram falas do novo ministro sobre embasamento na ciência para tomar decisões, e chamaram atenção para possível falta de oxigênio no Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 22/03/2021 15h12 - Atualizado em 22/03/2021 17h02
EFE/ Sebastiao Moreira Pessoas de máscara andando na rua OMS lembrou da piora dos casos de Covid-19 no Brasil

Questionados por um jornalista durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 22, sobre qual mensagem dariam ao novo ministro de Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga na gestão da Covid-19, membros da diretoria da Organização Mundial da Saúde (OMS) lembraram da situação atual do país e frisaram a necessidade de integração entre os poderes para melhorar o sistema público de saúde. “Certamente a situação no Brasil agora requer uma ação combinada. O que estamos vendo agora não está só na região do Amazonas, mas em outras regiões, que veem os números em crescente. A pressão nos sistemas, principalmente no sistema de saúde e de tratamento intensivo continua muito alto”, afirmou o diretor do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Dr Michael Ryan. Segundo ele, o órgão trabalha para tentar entender exatamente a situação atual do país e não tem a liberdade de dizer como um novo ministro deve agir, mas daria o mesmo conselho para todos os ministros de qualquer grande nação no mundo. “Acho que o que o Brasil precisa talvez seja mais integração entre os municípios, os estados e o nível federal”, pontuou Ryan. Para ele, o trabalho em conjunto seria capaz de aprimorar a capacidade de todo o sistema de saúde do país.

Vice-diretora da organização, a brasileira Mariângela Simão reafirmou a necessidade de união entre as esferas. “Nós desejamos ao ministro Marcelo Queiroga muita competência e firmeza na condução do enorme desafio que hoje tem o Brasil pela frente e acho que a mensagem extremamente importante, que ele já se posicionou, é sobre as políticas de saúde serem baseadas em evidência científica. E que também sejam alinhadas nas três esferas de governo. Isso é extremamente importante em um momento que o país enfrenta um perfil mais homogêneo da epidemia”, disse.

A epidemiologista Maria Van Kerkhove lembrou da taxa de ocupação de leitos de UTI acima de 80% em 25 dos estados do país e garantiu que a OMS se esforça para prestar suporte aos brasileiros. “Nossas equipes do escritório no país e na região estão trabalhando com as diferentes unidades federais e estaduais para dar suporte ao país e garantir que todos aqueles que estejam necessitados recebam o oxigênio que precisam”, afirmou. Ela lembrou que a variante P1 aumentou a transmissibilidade da doença e tornou tudo “ainda mais desafiador” para o sistema de saúde. Até o momento, segundo dados federais, o Brasil tem 294 mil mortes e 11,9 milhões de casos de Covid-19 registrados desde o início da pandemia.

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