OMS convida todos os países a plano de distribuição justa de vacinas contra a Covid-19
Objetivo é que nenhum país fique sem atendimento necessário
A Organização Mundial de Saúde (OMS) enviou uma carta a todos os 194 países que integram a entidade com um convite para que se unam à plataforma criada para garantir um acesso justo à vacina contra a Covid-19. O anuncio foi feito pelo diretor-geral, Tedros Adhanom, nesta terça-feira, 18. A iniciativa tem como objetivo evitar o que aconteceu no início da pandemia: países que não tinham acesso a equipamentos de proteção para os profissionais da saúde porque outros os monopolizaram ou por causa da paralisação do transporte aéreo. A ideia é que, assim que a OMS identifique uma candidata a vacina após todos os testes, o Comitê de Estratégias da entidade fornecerá recomendações sobre a utilização justa e apropriada do produto, disse Adhanom em entrevista coletiva.
Essa atribuição de vacinas será proposta em duas fases. Na primeira, cada país da plataforma receberá uma quantidade proporcional do imunizante, o que reduzirá o risco total de transmissão do novo coronavírus. Segundo Adhanom, na maioria dos países, a fase 1 cobrirá 20% da população, o que protegeria praticamente todos os grupos de risco, como os trabalhadores da saúde e sociais, os idosos e as pessoas com doenças crônicas. A segunda fase levará em conta a vulnerabilidade de cada país. “Se não protegermos estes grupos de alto risco do vírus, não conseguiremos estabilizar os sistemas de saúde e reconstruir a economia global”, reforçou o chefe da OMS.
Tedros ressaltou que nenhum país, por mais poderoso que seja, tem acesso simultâneo à pesquisa e ao desenvolvimento científico, à capacidade de fabricação e a toda a cadeia de abastecimento necessária para medicamentos e equipamento essenciais. O exemplo mais prático é que as vacinas que são desenvolvidas em um país exigirão tubos de ensaio com tampas produzidas em outro, provavelmente utilizando materiais – como vidro de alta qualidade – que virão de um terceiro país. “Precisamos produzir rapidamente bilhões de doses para chegarmos a todos que precisam de uma vacina, o que significa que vamos precisar de centenas de milhões de tubos de ensaio e meios para os transportá-los de forma eficiente”, disse o dirigente. Para a OMS, cada surto infeccioso é um desafio, mas Adhanom disse que, logisticamente, a atual pandemia tem sido o maior que a organização já enfrentou.
*Com Agência EFE
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