OMS: ‘Sacrificar idosos para conseguir imunidade de rebanho é inaceitável’

O diretor da organização garante que ainda é uma prioridade tentar ‘que o menor número possível de pessoas contraia a doença’

  • Por Jovem Pan
  • 07/10/2020 16h06 - Atualizado em 07/10/2020 17h48
Reprodução Mike Ryan: Homem branco idoso em frente a microfone durante entrevista coletiva Mike Ryan, diretor executivo para Emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a se manifestar contra a imunidade coletiva, também conhecida como imunidade de rebanho, nesta quarta-feira, 7. Diretor de emergências em saúde, Mike Ryan condenou a estratégia utilizada durante a pandemia da Covid-19 por alguns países, como Reino Unido e Suécia, e afirmou que este é um sacrifício “inaceitável” contra os idosos. “Se decidirmos que todos estão infectados, haverá um preço, haverá ‘efeitos colaterais’, um termo terrível, e eu não aceito que os idosos sejam sacrificados dessa forma, não é a coisa certa e não é o que representamos como sociedade”, disse Ryan, durante uma sessão de perguntas com internautas.

O especialista irlandês garantiu que ainda é uma prioridade tentar “que o menor número possível de pessoas contraia esta doença, o que nos dá mais tempo para tratá-la, estudá-la ou desenvolver vacinas mais seguras”. Ryan reconheceu que “grandes confinamentos por muito tempo mostraram ser a melhor solução, necessária quando nada mais pode ser feito”, mas esclareceu que “devemos encontrar um equilíbrio”, entre parar esta doença e interromper a vida econômica e social “sem que isso se torne uma questão política”.

A diretora técnica da OMS para a Covid-19, Maria Van Kerkhove, participou da mesma sessão com internautas, transmitida em várias redes sociais, onde relembrou as vias de transmissão do coronavírus causador da doença. Van Kerkhove esclareceu que algumas partículas expelidas podem ser aerossóis, mais finas do que algumas gotas, para que possam permanecer no ar por mais tempo e ser transmitidas a outras pessoas não apenas pelo nariz ou boca, mas também pelos olhos.

Ryan ressaltou que em muitos casos a transmissão secundária ocorre dentro da mesma família, e nesse caso ele afirmou que em países como China e a Coreia do Sul “o sucesso no controle tem sido encontrar lugares para se isolar em uma casa” de seus parentes. Além disso, “na Suécia esta transmissão secundária foi evitada porque muitas pessoas vivem sozinhas ou em famílias pequenas”, enquanto na Itália muitos idosos foram infectados por viver com seus parentes”, o que é um costume fantástico, mas neste caso expôs muito mais pessoas”, concluiu.

*Com informações da Agência EFE

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