ONU aprova resolução da Jordânia pedindo ‘trégua humanitária’ em Gaza
Estados Unidos e Israel votam contra proposta; Assembleia-Geral discute guerra no Oriente Médio
A ONU (Organizações das Nações Unidas) aprovou, nesta sexta-feira, 27, a resolução da Jordânia pedindo “trégua humanitária” no conflito na Faixa de Gaza. A reunião emergencial discute o conflito entre Israel e Hamas, que chegou no 21º de confronto. Estados Unidos e Israel votaram contra a medida. O Brasil votou a favor da resolução. Foram 120 votos a favor, 14 contra e 45 abstenções. O projeto solicita um cessar-fogo imediato entre os países em conflito. O texto não cita o Hamas e pede respeito ao direito internacional, reforçando a proteção de civis e o suprimento de serviços básicos, como água e combustível, à Faixa de Gaza. O voto ocorreu depois do Conselho de Segurança ter falhado 4 vezes nas últimas duas semanas em tomar medidas. Uma das resoluções vetadas foi a do Brasil. Foram 12 votos favoráveis ao projeto brasileiro, um contra e duas abstenções. Os Estados Undos vetaram a proposta, alegando que no texto não há menção ao direito de Israel se defender. O Conselho de Segurança é o único órgão capaz de autorizar o uso legítimo da força em caso de ameaças à paz, ruptura da paz e atos de agressão. Nesta quinta-feira, 26, representantes de países árabes chegaram a discutir durante a Assembleia-Geral da ONU. “Israel está transformando Gaza em um inferno perpétuo na Terra. O trauma vai perseguir gerações inteiras”, disse Ayman Safadi, ministro das Relações Exteriores da Jordânia e que na ocasião representa 22 países árabes. O embaixador de Israel, Gilad Erdan, rebateu declarando que “os que redigiram a resolução afirmam estar preocupados com a paz, mas nem sequer mencionam os assassinos depravados que começaram esta guerra. Esta resolução é um insulto à inteligência, e o único lugar ao qual esta resolução pertence é a lata de lixo da história”. Também nesta sexta-feira, o Conselho reprovou uma proposta do Canadá. Foram 88 votos a favor, um deles do Brasil, 53 contra e 23 abstenções. A proposta pedia uma condenação direta do Hamas pelos ataques do dia 7 de outubro.
O texto aprovado nesta sexta-feira foi duramente criticado pela representante dos Estados Unidos, Linda Thomas-Greenfield. “Resoluções parciais são documentos puramente retóricos que buscam nos dividir em um momento em que devemos nos unir”, disse. A diplomata reforçou que os EUA apoiam uma “pausa humanitária”. Desde o início do conflito, mais 8 mil pessoas morreram. Foram 1.400 vítimas em Israel e 7.326 pessoas em territórios palestinos. O número de mortos no enclave palestino inclui 3.038 crianças, de acordo com o último comunicado divulgado pelo ministério, e 18.967 feridos nos bombardeios israelenses lançados em resposta à ofensiva do Hamas. Além disso, o Exército israelense atualizou o número de reféns feitos pelo Hamas para 224. Nesta quinta-feira, 26, tanques israelenses entraram na parte norte da Faixa e destruíram infraestruturas e túneis do Hamas durante uma “incursão limitada”, que o porta-voz do exército, Richard Hecht, descreveu como a de maior envergadura até agora. O porta-voz alertou que estes tipos de operações são um ensaio para uma grande incursão terrestre no futuro e que haverá outras.
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