Oposição quer que ONU pressione Maduro para entrada de vacinas na Venezuela
Em carta enviada à organização, o grupo liderado por Juan Guaidó pede uma declaração contra o governo venezuelano ‘por violar os direitos humanos, o acesso à saúde e à vacinação’
A ala da oposição liderada por Juan Guaidó pediu nesta sexta-feira, 9, que a Organização das Nações Unidas (ONU) exija que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, “abra as portas” do país para a entrada de vacinas contra a Covid-19. Através de cartas enviadas ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e à alta comissária para Direitos Humanos da organização, Michelle Bachelet, os opositores solicitaram “uma declaração contra o regime venezuelano por violar, mais uma vez, os direitos humanos, o acesso à saúde e à vacinação”. “Estamos apelando à esta organização porque o regime venezuelano proíbe a entrada das vacinas da AstraZeneca no país”, alegou a oposição na carta.
Em meados de março, o governo de Maduro anunciou que não iria permitir a entrada do imunizante da AstraZeneca por considerar que seus efeitos colaterais são maiores do que os benefícios derivados de sua aplicação. O veto do governo venezuelano à vacina foi reiterado após a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter dito que as doses destinadas à Venezuela através do mecanismo Covax seriam do imunizante da farmacêutica britânica. “Não sou especialista na matéria, mas posso dizer que há países que a aceitam”, disse à Agência EFE o ex-deputado Williams Dávila, um dos signatários da carta que a oposição enviou à ONU.
“A vacina da AstraZeneca não é a única que faz parte do pool do Covax, e não estamos em nenhuma campanha para desqualificar qualquer vacina, o que exigimos é que a vacina seja aceita”, acrescentou. Na Venezuela, que atravessa a pior crise de sua história moderna, pelo menos 171.373 pessoas contraíram Covid-19, e 1.720 morreram devido à doença provocada pelo novo coronavírus. De acordo com dados oficiais, menos de 2% da população foi imunizada contra a Covid-19 no país. O ministro da Saúde, Carlos Alvarado, afirmou que mais de 800 mil doses da vacina russa Sputnik V e da chinesa Sinopharm entraram no país. Além disso, segundo ele, cerca de 200 mil profissionais da saúde e 50 mil voluntários foram vacinados dentro de um plano governamental que procura pessoas infectadas de casa em casa.
*Com Agência EFE
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