Papa Bento XVI responde a acusações de ter acobertado casos de violência sexual

Papa emérito não admitiu ter ajudado a esconder abusos, mas pediu desculpas às vítimas em nome da Igreja Católica

  • Por Jovem Pan
  • 08/02/2022 17h30
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Sven Hoppe / POOL / AFP papa bento xvi

O papa emérito Bento XVI emitiu um comunicado nesta terça, 8, no qual admite erros na condução de casos que envolviam denúncias de abusos sexuais na arquidiocese de Munique na década de 1980, quando ele era o arcebispo local. Jöseph Ratzinger, nome do religioso, negou que soubesse dos casos na época ou que tenha praticado irregularidades e acobertado alguém, mas pediu perdão e se solidarizou com as vítimas, além de dizer que encontra conforto no perdão de Deus. O pontífice também agradeceu aos autores de um documento que contesta ponto a ponto o relatório que lhe acusava de ter escondido os casos, e ao Papa Francisco, atual líder da Igreja Católica, pelo apoio e orações que teria expressado pessoalmente.

“Em todos os meus encontros com as vítimas de abusos sexuais por parte de sacerdotes, observei nos olhos as consequências de uma tão grande culpa e aprendi a compreender que nós mesmos somos arrastados por esta culpa quando a negligenciamos ou não a enfrentamos com a necessária decisão e responsabilidade, como aconteceu e acontece com muita frequência. Como fiz naqueles encontros, mais uma vez posso apenas expressar a todas as vítimas de abusos sexuais a minha profunda vergonha, a minha grande dor e o meu sincero pedido de perdão. Tive grandes responsabilidades na Igreja Católica. Tanto maior é a minha dor pelos abusos e os erros que se verificaram durante o tempo do meu mandato nos respectivos lugares. Cada caso de abuso sexual é terrível e irreparável. Para as vítimas de abusos sexuais, vai a minha profunda compaixão e lamento cada um dos casos”, afirma o papa alemão na carta.

A principal suspeita que recai sobre Bento XVI é relativa ao caso do padre Peter Hullermann, acusado de abusar sexualmente de pelo menos 23 meninos com idades entre 8 e 16 anos de 1973 a 1996. Inicialmente da diocese de Essen, ele foi afastado após denúncias das famílias dos garotos e posteriormente aceito na arquidiocese de Munique e Freising, então liderada por Ratzinger. O papa emérito admitiu presença em uma reunião que a situação de Hullermann teria sido discutida – Bento XVI diz que a decisão de aceitá-lo ocorreu em outra ocasião, na qual ele não estava presente.

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