Papa Francisco: ‘Seria triste se os ricos tivessem prioridade para a vacina da Covid-19’

O pontífice também alertou para que a cura do novo coronavírus não fique ‘nas mãos’ de um único país

  • Por Jovem Pan
  • 19/08/2020 11h45
Reprodução Papa Francisco falando Papa Francisco pediu que vacina contra a Covid não fique nas mãos dos mais ricos

O papa Francisco afirmou, na manhã desta quarta-feira, 19, que a vacina contra a Covid-19 não pode ter como prioridade os mais ricos. Em audiência geral realizada no palácio apostólico, ele alertou para que a cura do novo coronavírus não fique “nas mãos” de um único país. “Seria triste se essa vacina contra a Covid-19 fosse dada a prioridade aos mais ricos. Seria triste se esta vacina se tornasse propriedade desta ou daquela nação e não universal para todos”, comentou.

O pontífice destacou que “a pandemia expôs a difícil situação dos pobres e a grande desigualdade que reina no mundo”, e que “o vírus, embora não faça exceções entre as pessoas, encontrou de forma devastadora, grandes desigualdades e discriminações e as aumentou”. Por isso, acrescentou que a resposta à pandemia é “dupla”, pois por um lado, “é imperativo encontrar a cura para um pequeno mas terrível vírus que põe todo o mundo de joelhos”, mas por outro lado “temos de cuidar de uma grande vírus, o da injustiça social, da desigualdade de oportunidades, da marginalização e da falta de proteção dos mais fracos.”

Respeitando o regresso à normalidade e retomada das atividades econômicas, Francisco defendeu que essa “normalidade não inclua as injustiças sociais e a degradação ambiental”. Para o papa, a pandemia nos dá a oportunidade de construir “algo diferente” como “fazer crescer uma economia de desenvolvimento integral dos pobres e não de bem-estar”. Ele também considerou que seria “um escândalo” se toda a ajuda econômica que está a ser disponibilizada, principalmente com dinheiros públicos, se concentrasse em salvar indústrias que não contribuem para a inclusão dos excluídos, para a promoção dos mais pequenos, para o bem comum ou no cuidado da criação.”

*Com informações da Agência EFE

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