Polícia do Quênia exuma 47 corpos ao investigar possível seita religiosa

Líder da igreja teria incentivado os fiéis a morrerem de fome para ‘encontrar Jesus Cristo’

  • Por Jovem Pan
  • 23/04/2023 20h56 - Atualizado em 23/04/2023 20h57
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EFE/EPA/STR Polícia do Quênia colocando corpo em automóvel Polícia do Quênia encontrou 47 corpos enterrados perto da cidade de Malindi

Em meio a uma investigação sobre um pregador cristão que teria induzido seguidores a morrerem de fome para “encontrar Jesus Cristo”, a polícia do Quênia já encontrou 47 corpos enterrados perto da cidade costeira de Malindi. As exumações continuam e, entre os cadáveres já desenterrados, havia corpos de crianças. As covas rasas foram feitas na floresta Shakahola, local em que 15 membros da Igreja Internacional da Boa Nova (Good News International Church, em inglês) foram resgatados na semana passada. Somente neste domingo, 23, foram exumados 26 corpos. A polícia, que já está há três dias nas buscas, acredita que se trata de uma seita religiosa. O líder da igreja, Paul Makenzie Nthenge, está sob custódia, aguardando uma audiência no tribunal. A emissora estatal KBC o descreveu como um “líder de culto” e informou que 58 túmulos foram identificados até agora. “Hoje, exumamos 26 corpos, o que eleva o número total para 47”, declarou Charles Kamau, chefe de investigações criminais do subcomitê de Malindi, que fica no leste do país africano.

Na semana passada, as autoridades encontraram os corpos de quatro adeptos da Igreja Internacional da Boa Nova, dirigida por Makenzie, que teria incentivado seus seguidores a jejuar. Os investigadores chegaram à região após uma denúncia que apontava a existência de uma possível vala comum. Contudo, muitos adeptos da seita ainda estão escondidos em uma área de mata. Uma mulher foi encontrada neste domingo pelas autoridades com os olhos esbugalhados e se recusando a ingerir alimentos, antes de ser levada em uma ambulância. Outros 11 fiéis, sete homens e quatro mulheres entre 17 e 49 anos, foram hospitalizados na semana passada após receberem ajuda na região de mata conhecida como Shakahola. Makenzie se apresentou à polícia em 15 de abril, antes de ser detido. Uma fonte policial afirmou que o líder da igreja iniciou uma greve de fome e que “está orando e jejuando” enquanto permanece preso. De acordo com a imprensa local, seis seguidores do líder da igreja também foram detidos. Makenzie teria sido indiciado no mês passado, mas pagou fiança e foi liberado. 

*Com informações do Estadão Conteúdo.

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