Polícia mata trabalhadores que participavam de protesto em Bangladesh
Os agentes abriram fogo contra funcionários de uma usina ligada à China que exigiam o pagamento de salários atrasados e redução do expediente durante o Ramadã
Pelo menos cinco civis foram baleados e 12 ficaram feridos depois que a polícia disparou contra uma multidão de manifestantes em Bangladesh neste sábado, 17. Participavam do protesto dois mil funcionários de uma usina elétrica do sudeste do país, que recebe investimento da China. Eles pediam o pagamento de salários pendentes, aumento salarial e redução do expediente durante o mês do Ramadã, que é sagrado para os muçulmanos. O chefe da Polícia de Banshkhali, Azizul Islam, afirma que os agentes tiveram que apelar para o uso de armas de fogo porque as pessoas estavam atacando-os com pedras e tijolos e incendiando várias estruturas da usina. Segundo ele, seis policiais estariam entre os feridos. No entanto, essa não é a primeira vez que a instalação foi motivo de protestos mortais.
A usina elétrica, estimada em US$ 2,4 bilhões, foi erguida em 2016 através de um acordo entre a Electric Power Construction da China e o S Alam Group, conglomerado de Bangladesh. Naquele mesmo ano, quatro manifestantes foram mortos depois que moradores que se opunham à construção entraram em confronto com uma tropa de choque. Em 2017, outro comício contra a usina causou a morte de um homem. Ativistas de direitos humanos denunciam que a planta da construção não atende aos padrões de impacto ambiental e foi construída sem consulta pública.
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