População assassina homem falsamente acusado de iniciar incêndios florestais na Argélia

Moradores de cidade teriam retirado ‘suspeito’ de dentro do carro da polícia, espancado e ateado fogo nele em praça pública

  • Por Jovem Pan
  • 12/08/2021 11h11 - Atualizado em 12/08/2021 19h16
Baktache Merouane/Twitter/11.08.2021 foto de homem assassinado na Turquia ainda em vida ao lado de duas crianças Homem foi retirado de carro da polícia e morto em praça pública por crime que não cometeu

A Justiça da Argélia investiga a morte de um homem espancado e incendiado após ser vítima de um boato na comuna de Tizi Ouzou, uma das mais afetadas pelo fogo nas florestas que atinge o país desde o começo da semana. Jamal Bin Ismail tinha sido detido de forma errônea pela polícia local por suspeita de ter iniciado os incêndios na região. Pessoas que estavam perto e viram a detenção resolveram fazer justiça com as próprias mãos e retiraram o suspeito de dentro da viatura, o arrastaram para uma praça pública, o espancaram e o incendiaram até a morte. Segundo a procuradoria-geral do país, vídeos do momento em que ele foi morto foram divulgados nas redes sociais e serão usados como prova para procurar os suspeitos do crime.

Além de Ismail, outras duas pessoas foram detidas pela polícia e retiradas da viatura pela população revoltada, mas conseguiram ser resgatadas pelos próprios policiais antes de serem vitimadas. Pelo menos um policial que tentou proteger o homem, que era artista, foi socorrido com ferimentos graves. De acordo com o jornal argeliano Echorouk, familiares do artista afirmaram que ele era um “homem tranquilo” e morava na cidade de Milana, a pouco mais de 200 quilômetros do local do crime, mas viajou até a região como voluntário para ajudar nas operações de resgate dos incêndios florestais. Até o momento, mais de 60 pessoas morreram por causa do fogo na região, entre elas, 25 soldados. A polícia do país suspeita que, apesar da onda de calor que atingiu o norte da África na última semana, o fogo tenha sido causado por ação criminosa. Até o momento, nenhum real responsável pelo crime foi preso.

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