Presidente destituído da Catalunha será preso se regressar à Espanha
Carles Puigdemont, presidente destituído da Catalunha, afirmou que pretende continuar na Bélgica, onde está com quatro de seus ex-conselheiros desde a aplicação do Artigo 155 da Constituição Espanhola, que os destituiu e suspendeu temporariamente a autonomia da região. Se voltarem a Espanha, os políticos serão presos.
Nesta terça (5), o juiz do Supremo Tribunal espanhol suspendeu a Euroordem (ordem europeia de prisão e entrega) contra os políticos, que foram para a Bélgica por afirmar que não teriam um julgamento justo na Espanha. Eles são acusados dos crimes de rebelião, insurreição, peculato, entre outros, por suas ações durante a tentativa de independência da Catalunha.
Além de Carles Puigdemont, a decisão afeta Antonio Comín, Lluís Puig, Meritxell Serret e Clara Ponsatí. Apesar da euroordem ter sido suspensa, as ordens de detenção espanholas seguem vigentes. Desta forma, se voltarem à Espanha, eles serão detidos.
Em uma coletiva à imprensa, em Bruxelas, Puigdemont disse que “a estratégia do foco internacional, de nos colocarmos nas mãos de uma justiça independente e de podermos nos defender em liberdade, de poder fazer isso com o respeito e a dignidade que os companheiros presos não tiveram, era a estratégia adequada, útil”.
Ainda de acordo com Puigdemont, a suspensão da euroordem deixa claro que se trata de um julgamento político.
Tanto Puigdemont como os quatro ex-conselheiros que estão em Bruxelas já manifestaram, nas últimas semanas, a intenção de regressar à Espanha para se candidatarem às eleições regionais de 21 de dezembro, agendadas pelo governo central espanhol, após a aplicação do Artigo 155.
Em última instância, caso um dos políticos catalães na Bélgica vença as eleições, teria de voltar à Espanha para assumir o mandato, situação em que seria detido.
Ontem foi o primeiro dia da campanha eleitoral na Catalunha, que começou com quatro candidatos presos e cinco exilados.
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