Presidente do Equador declara estado de exceção para combater violência ligada ao narcotráfico
Durante 60 dias, membros das forças de segurança do país patrulharão ruas; eles devem contar com proteção especial para evitar processos por suas ações
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou nesta segunda-feira, 18, estado de exceção na nação por 60 dias para enfrentar uma onda de insegurança atribuída ao narcotráfico. Com a decisão, o Exército e outras forças de segurança do país latino poderão agir com proteção especial que deve evitar que eles sejam processados por suas ações. “Começando de imediato, nossas Forças Armadas e policiais estarão presentes nas ruas, porque estamos decretando estado de exceção em todo o território nacional, com ênfase especial às províncias nas quais os indicadores de violência são maiores”, afirmou o político em uma mensagem transmitida em rede nacional. No comunicado, Lasso também falou que a nação tem apenas o narcotráfico como inimigo em comum e disse que os crimes cometidos no país têm relação direta com o comércio ilegal das drogas. Segundo ele, em um dos locais mais violentos do Equador, a província de Guayas, 70% das mortes têm relação direta com o narcotráfico.
A imprensa internacional acredita que a gota d’água para a instituição do estado de exceção foi a morte de um menino de 11 anos que estava no fogo cruzado entre traficantes e policiais na cidade de Guayaquil. “A lei deve intimidar o delinquente, não a polícia. Os integrantes das forças de ordem devem atuar com a valentia que os caracteriza”, pontuou Lasso. Além de encaminhar ao Congresso Nacional do país um projeto de lei que proteja as ações dos agentes de segurança, o presidente também anunciou a criação de um comitê interinstitucional de direitos humanos para combater o vício nas drogas no país. A presença da violência no país não tem se manifestado apenas nas ruas, mas também em rebeliões sangrentas dentro dos presídios, que deixaram dezenas de mortos desde 2019. Uma das mais recentes ocorreu também na cidade de Guayaquil, quando 116 pessoas morreram.
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