Presidente do Peru diz que não renunciará por conta de pagamentos da Odebrecht

  • Por Agência Brasil
  • 15/12/2017 13h45
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Ernesto Arias/EFE/Agência Lusa Pedro Pablo Kuczynski Kuczynski reconheceu que era dono da empresa Westfield Capital Ltd, mas afirmou que não a gerenciava enquanto ocupava cargos públicos

O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, disse que não renunciará por conta do escândalo envolvendo pagamentos feitos pela empreiteira brasileira Odebrecht há cerca de uma década para um empresa que ele controlava na época em que ocupava um cargo público. A informação é da agência Reuters.

Em pronunciamento transmitido pela TV nessa quinta-feira (14), ao lado de integrantes de seu gabinete e parlamentares de seu partido, Kuczynski reconheceu que era dono da empresa Westfield Capital Ltd, mas afirmou que não a gerenciava enquanto ocupava cargos públicos e negou quaisquer irregularidades.

Antes do discurso de Kuczynski, líderes de vários partidos no Congresso controlado pela oposição prometeram lutar para tirá-lo do poder caso ele não o deixe voluntariamente. O Força Popular, partido de direita que tem a maioria das cadeiras no Congresso, pediu que o presidente renunciasse até o final do dia de ontem.

 

“Sou um homem honesto e o fui por toda a minha vida. Estou disposto a defender a verdade”, disse Kuczynski,  um ex-banqueiro de Wall Street  de 79 anos. Ele disse que abrirá mão de seu sigilo bancário e prometeu se submeter a questionamentos do Congresso e da procuradoria-geral do país.

No centro do furacão

A Odebrecht está no centro do maior escândalo de corrupção da América Latina desde que admitiu subornar políticos em mais de dez países. A empreiteira de origem brasileira não citou publicamente aqueles que teriam recebido propinas no Peru, mas prometeu colaborar com as autoridades para determinar quem participou de seus esquemas.

A promessa de Kuczynski de resistir, após uma semana de escalada nas tensões, pode ampliar a pior crise política no Peru desde que o ex-presidente Alberto Fujimori fugiu do país em meio a um escândalo de corrupção no ano 2000.

O atual escândalo abalou os mercados de uma das economias mais estáveis da região e segundo maior produtor mundial de cobre.

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