Protesto de ‘coletes amarelos’ tem crítica a doações para Notre-Dame
“Milhões para Notre-Dame, e para nós, os pobres?” dizia um cartaz de uma manifestante que participava do protesto dos “coletes amarelos” neste sábado, 20, em Paris. O evento aludiu às doações para a reconstrução da Catedral, que foi atingida por um incêndio na última segunda-feira, 15. As maiores empresas da França, como o grupo petrolífero Total e a marca de cosméticos L’Oréal, anunciaram que ofereceriam milhões de euros para a obra.
A discussão foi além do valor das doações. A crítica dizia que as empresas, em vez de investir na Notre-Dame, deveriam investir em programas sociais para a diminuição da pobreza e da desigualdade, que cresce no país.
Outra crítica surgiu quando o assessor da família Pinault, dona das marcas Gucci e Yves St. Lauren, sugeriu no Twitter que as empresas que estão doando dinheiro à Notre-Dame tivessem uma isenção fiscal de 90%, em vez dos 66% que normalmente conseguem.
Os manifestantes deste sábado tiveram novamente embate com a polícia. De acordo com a Reuters e com o jornal Le Parisien, até o início da tarde, 130 pessoas haviam sido presas.
Na noite de sexta, 19, o ministro do Interior da França anunciou que 60 mil policiais seriam enviados aos locais onde os protestos tinham sido marcados, para conter possíveis conflitos. Várias estações de metrô foram fechadas em Paris e os manifestantes foram proibidos e marchar na região da Catedral.
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