Putin agradece Grupo Wagner pelo fim do motim, mas diz que rebelião teria sido reprimida de qualquer maneira 

Líder russo falou pela primeira vez após ter firmado no final de semana um acordo com Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo paramilitar; em declaração, ele garantiu que ‘qualquer chantagem e confusão estão fadadas ao fracasso’

  • Por Jovem Pan
  • 26/06/2023 16h46 - Atualizado em 26/06/2023 17h02
EFE/EPA/SERGEI ILNITSKY vladimir Putin Uma família assiste ao vídeo do discurso do presidente russo Vladimir Putin à Nação em Moscou, Rússia, 26 de junho de 2023

Em discurso realizado na noite desta segunda-feira, 26, (tarde em Brasília), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, falou pela primeira vez sobre a rebelião após ter firmado acordo com o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, que comandou um motim contra Moscou durante o final de semana. O líder russo agradeceu ao grupo paramilitar pelo fim do motim, mas afirmou que a rebelião teria sido reprimida de qualquer maneira. Na noite de sexta-feira, 23, Prigozhin, líder do grupo paramilitar, comandou um motim que visava chegar em Moscou, capital da Rússia. Porém, no sábado, após um acordo, ele recuou, afirmando que era para evitar um banho de sangue. Quebrando silêncio, também nesta segunda-feira, Prigozhin, que ninguém sabe onde está, disse que o objetivo da rebelião não era tirar derrubar Putin, e sim lutar para que o grupo paramilitar “não permitir a destruição do grupo Wagner e responsabilizar os funcionários que, por meio de suas ações não profissionais, cometeram um grande número de erros”. Na declaração, Putin também agradeceu ao povo russo pelo “apoio, resistência e solidariedade”, e garantiu que “qualquer chantagem e confusão estão fadadas ao fracasso”. Segundo o russo, ele foi o responsável por dar a ordem para evitar um ‘derramamento de sangue’, a qual diz ser o desejo da Ucrânia e do Ocidente.

“Desde o início dos eventos, foram tomadas medidas seguindo as minhas instruções diretas para evitar um grande derramamento de sangue”, disse Putin durante um discurso televisionado, afirmando que o Ocidente e a Ucrânia desejavam “um resultado fratricida”. Reforçando o que havia dito inicialmente quando o motim iniciou, o russo disse que os organizadores da rebelião traíram o país, assim como aqueles que estavam com eles. Putin aproveitou sua fala para agradecer Alexander Lukashenko, presidente de Belarus, que foi o mediador do acordo entre o governo russo e o grupo paramilitar. Seguindo os caminho o líder da Rússia, está previsto que Lukashenko também faça um pronunciamento Nesta segunda, em tentativa de voltar a normalidade, a Rússia suspendeu as medidas – denominadas operações antiterroristas – de segurança instauradas em Moscou durante a rebelião paramilitar, que marca o maior desafio que Vladimir Putin já enfrentou desde sua chegada ao poder em 1999. Na Ucrânia, vários analistas consideram que a crise na Rússia poderia enfraquecer as tropas de Moscou na frente de batalha e beneficiar os soldados de Kiev, envolvidos em uma difícil contraofensiva há algumas semanas. Nesta segunda-feira, a vice-ministra ucraniana da Defesa, Ganna Maliar, anunciou que o exército retomou 17 quilômetros quadrados das forças de Moscou, o que eleva o total de território recuperado a 130 km² desde o início de junho.

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