Recorrentes incêndios florestais em Portugal colocam país em ‘estado de contingência’

Só no domingo, três incidentes foram relatados; ministro do Interior, José Luis Carneiro, afirmou que enfrentam a ‘pior combinação de fatores’ desde 2017

  • Por Jovem Pan
  • 11/07/2022 15h44 - Atualizado em 11/07/2022 16h47
PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP incêndio em Portugal Incêndio florestal nos Casais do Vento em Alvaiazere, Portugal, em 10 de julho de 2022

Portugal registrou no domingo, 10, três incêndios florestais e foi necessário 2.800 bombeiros para controlar o fogo que devasta há vários dias áreas do centro e do norte do país. “O fogo chegou a 50 metros da última casa do vilarejo, lá em cima queimou tudo”, declarou à Donzilia Marques, ao apontar para as colinas que ficam entre a sua localidade, Travessa de Almogadel, e o vilarejo de Freixianda, no município de Ourém, centro do país. Na quinta e sexta outros dois incêndios já foram relatados. Um em uma zona próxima, em Pombal, teve 560 hectares devastados, e outro em Carrazeda de Ansiães, na região nordeste do país, onde quase dois mil hectares de vegetação foram destruídos. Cerca de 600 bombeiros continuam mobilizados na região.

Nesta segunda-feira, 11, os bombeiros conseguiram controlar dois incêndios. “Nesse momento não há nenhum incêndio importante ativo”, mas “a situação é grave e excepcional”, declarou o comandante nacional da Proteção Civil, André Fernandes, em coletiva de imprensa ao meio-dia. Em decorrência dos últimos acontecimentos, o governo português elevou o nível de alerta e decretou “estado de contingência”. Lisboa pediu à União Europeia que acione o mecanismo comum, como qual foram mobilizados dois aviões-tanque procedente da Espanha.

Os incêndios dos últimos dias deixaram cerca de 40 pessoas levemente feridas entre bombeiros e população, mas a maioria das vítimas foi tratada por sintomas de intoxicação ou exaustão, segundo um relatório divulgado domingo pelo comandante nacional da proteção civil, André Fernandes. O ministro do Interior, José Luis Carneiro, destacou que as temperaturas podem chegar aos 45 graus e afirmou que Portugal enfrenta a “pior combinação de fatores” desde os incêndios que afetaram o país entre junho e outubro de 2017, que deixaram mais de 100 mortos. Não é só Portugal que tem passados por momento difíceis. A Espanha, país vizinho, também tem sofridos. Segundo os cientistas, esses casos têm ocorrido por causa das mudanças no aquecimento global, já que as emissões de gases de efeito estufa aumentam a intensidade, duração e frequência desses fenômenos.

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