‘Todas as janelas voaram, os vidros quebraram’, conta libanês em Beirute à Jovem Pan
Segundo Jad Halabi, que mora a 1,5 quilômetro da explosão, o clima é de solidariedade com as vítimas; ‘Passamos muito tempo em guerra, é triste, mas estamos acostumados’, afirma
O libanês Jad Halabi mora a cerca de 1,5 quilômetro de onde houve uma explosão em larga escala nesta terça-feira, 4, em Beirute. Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, Jad contou que primeiro achou que era um terremoto, e então ele viu as duas explosões. “Todas as janelas voaram, os vidros quebraram. Eu senti como se fosse exatamente embaixo da minha casa quando aconteceu”. Ele também saiu às ruas para conferir como estava a situação, e relatou que “havia fumaça por todos os lados”. Segundo agências internacionais, o ministro da Saúde do Líbano confirmou pelo menos 73 mortes e mais de 3 mil feridos durante a explosão. O balanço, contudo, ainda é provisório e os números sofrem atualização em tempo real. Prédios e construções foram afetadas severamente.
Questionado se as pessoas pareciam assustadas com a explosão, Jad afirmou que “acha que ninguém está com medo, exceto as crianças”. “Todos estivemos antes em guerra por tanto tempo, então é triste dizer que estamos acostumados com explosões ao nosso redor. Não há senso de pânico, mas sim de solidariedade”, disse. Segundo ele, “algumas pessoas conhecidas estão bem, outras não, mas ainda é cedo para dizer”. “Estamos tentando ver se todo mundo está bem”, completou.
Ainda não se sabe ao certo o que causou a explosão. De acordo com a agência de notícias local “ANN”, um incêndio foi iniciado perto de um armazém de trigo e se propagou, o que provocou a detonação, que acabou sendo sentida em toda a cidade e arredores. Informações do canal LBC, por sua vez, citam que um depósito de fogos de artifício teria inflamado a explosão. De acordo com a mídia regional, haveria produtos químicos dentro do local onde aconteceu a explosão. A Embaixada dos EUA em Beirute está pedindo às pessoas que “fiquem dentro de casa e usem máscaras, se disponíveis” devido a relatos de gases tóxicos liberados.
O Líbano vive a expectativa de que seja revelado, na próxima sexta-feira, o veredito de julgamento de quatro homens, ligados ao Hezbollah, acusados de terem participado do assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri, que aconteceu em 2005. A morte de Hariri acabou originando uma onda de protestos no país que culminou com a retirada das tropas sírias do território libanês.
“Todas as janelas voaram, os vidros quebraram. Eu senti como se fosse exatamente embaixo da minha casa quando aconteceu”, contou o libanês Jad Halabi, que mora a cerca de 1,5 quilômetros do local da explosão. Confira como ficou a casa dele: pic.twitter.com/p9mPUTmKnM
— Jovem Pan News (@JovemPanNews) August 4, 2020
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