Repsol admite que mais de 10 mil barris de petróleo foram derramados no mar do Peru
Desastre ambiental aconteceu enquanto navio descarregava na refinaria La Pampilla, no último dia 15 de janeiro
A espanhola Repsol admitiu nesta sexta-feira, 28, que a quantidade de petróleo derramado no mar do Peru, enquanto um navio descarregava para a refinaria La Pampilla no dia 15 de janeiro, já chega a 10.396 barris. O número ainda é levemente inferior aos 11.900 barris (1,9 milhões de litros) calculados anteriormente pelo Ministério do Meio Ambiente, mas significativamente superior aos 6.000 barris que a empresa comunicou às autoridades peruanas nos dias anteriores. A nova estimativa da Repsol é o resultado do cálculo da quantidade em falta dos quase um milhão de barris que a embarcação italiana Mare Doricum transferia no momento do acidente para a refinaria La Pampilla, localizada em Ventanilla, município em Callao, região portuária próxima de Lima. No entanto, a empresa disse que o montante exato do derramamento só poderá ser confirmado depois de receber o volume de petróleo ainda remanescente nos tanques do navio, que permanece ancorado na baía de Callao sob uma ordem de imobilização com fiança de 150 milhões de sóis (cerca de R$ 210 milhões).
A Repsol também informou que 35% do petróleo derramado já foi recuperado através de trabalhos de limpeza no mar e nas praias, de acordo com as “melhores estimativas”. A empresa afirmou que o seu único objetivo é remediar as consequências ambientais do derramamento. Para isso, mobilizou “todos os recursos humanos e técnicos necessários”, o que significa mais de 2.000 pessoas nas praias e dezenas de embarcações. A catástrofe ambiental afetou aproximadamente 100 quilômetros de costa, enquanto a área coberta pela mancha é de aproximadamente 11,9 quilômetros entre o mar e as praias, informou o Ministério do Meio Ambiente em entrevista coletiva nesta sexta-feira.
O Órgão de Avaliação e Fiscalização Ambiental (OEFA) assinalou que a Repsol não cumpriu os prazos da primeira série de medidas ditadas para a limpeza do desastre ambiental e alertou que a empresa pode ter que pagar milhões de dólares em multas. O diretor executivo da Repsol no Peru, Jaime Martínez-Cuesta, foi proibido de deixar o país durante 18 meses, juntamente com três outros gestores e funcionários da empresa, a pedido do Ministério Público, que procura determinar os responsáveis pela catástrofe.
*Com informações da EFE
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