Rússia afirma que impediu invasão da Ucrânia ao país

Tropas russas disseram que as forças ucranianas tentaram entrar pela região fronteiriça de Belgorod, onde intensos bombardeios levaram os moradores a fugir

  • Por Jovem Pan
  • 01/06/2023 17h17 - Atualizado em 01/06/2023 17h18
Aris Messinis / AFP Guerra na Ucrânia De acordo com a Rússia, Kiev tentou invadir Belgorod

A Rússia alega ter impedido uma tentativa de invasão ucraniana na região fronteiriça de Belgorod, onde intensos bombardeios levaram seus moradores a fugir. “Por volta das 03h, unidades ucranianas formadas por até duas companhias de infantaria motorizada, reforçadas com tanques, tentaram invadir” o território, alertou, em nota, o Ministério da Defesa russo, nesta quinta-feira, 1, acrescentando que “até 70” homens armados haviam “participado do ataque”. A ação foi antecedida pelo “bombardeio de instalações civis”, depois que “três ataques de grupos terroristas ucranianos foram repelidos” pelos militares russos, apoiados pela aviação, que efetuou 11 bombardeios, e pela artilharia, que realizou 79, prosseguiu. “No total, foram eliminados mais de 50 terroristas ucranianos, quatro veículos blindados de combate, um veículo lança-foguetes múltiplo BM-21 Grad e uma caminhonete”, detalhou o ministério russo da Defesa. Um grupo chamado “Corpo de voluntários russos”, composto por combatentes russos pró-Kiev e que havia reivindicado um papel na incursão em Belgorod na semana passada, afirmou na quinta-feira que seus homens travaram combates no território russo próximo a Shebekino, um distrito dessa mesma região.

As autoridades ucranianas anunciaram horas antes que Kiev havia sido bombardeada de novo e que três pessoas morreram. A capital da Ucrânia foi alvo de vários bombardeios noturnos em maio, além de um incomum ataque diurno na segunda-feira passada, que obrigou os moradores a se refugiarem em abrigos. Porém, os bombardeios e as incursões também aumentaram nas últimas semanas na Rússia, incluindo um ataque a Moscou, capital russa. Há meses, Kiev afirma que está finalizando uma grande contraofensiva para recuperar os territórios ocupados por Moscou desde o início da invasão, em fevereiro de 2022. O governador de Belgorod, Vicheslav Gladkov, informou sobre “bombardeios ininterruptos” no distrito de Shebekino, de 40 mil habitantes, onde 12 pessoas ficaram feridas. Na cidade homônima de Belgorod, duas pessoas ficaram feridas nesta quinta-feira, após a queda de um drone, indicou o governador. “Um artefato desconhecido explodiu em Belgorod. Segundo as primeiras informações, um drone caiu em cima de uma calçada. Há dois feridos”, informou ele pelo Telegram, acompanhando sua mensagem com a fotografia dos supostos restos do equipamento.

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Diante do aumento das incursões e dos ataques na região fronteiriça, as autoridades anunciaram, na quarta-feira, o início da retirada dos moradores do local. Gladkov informou, nesta quinta, que pessoas de Shebekino já estavam chegando, entre elas, menores de idade. “O maior centro de acolhida temporário municipal enche progressivamente, por isso todos os que chegam de Shebekino são enviados de forma de organizada para outros centros vazios”, disse Gladkov. A Rússia denunciou a falta de condenações após os bombardeios ucranianos em Belgorod. “A comunidade internacional tem todas as possibilidades de ver imagens, de ler artigos onde se descrevem os bombardeios contra edifícios residenciais”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. “E não há ainda uma só palavra criticando ou condenando o regime de Kiev por isso”, acusou. Mais de um ano depois do início da invasão, a Rússia começou a sofrer ataques em seu território. Na terça-feira, foi registrada uma incursão sem precedentes com drones em Moscou, o que provocou um grande choque entre os moradores da capital.

*Com informações da AFP

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