Rússia retoma fornecimento de gás para Europa e acaba com temor de corte permanente

Operações do gasoduto Nord Stream estavam paralisadas desde 11 de julho para manutenção anual e havia incerteza sobre a volta da distribuição

  • Por Jovem Pan
  • 21/07/2022 11h21 - Atualizado em 21/07/2022 11h21
John MACDOUGALL / AFP gás russo europa Gás russo

A Europa voltou a receber nesta quinta-feira, 21, o gás da Rússia. “Está funcionando”, declarou um porta-voz da sociedade Nord Stream no início da manhã. As operações do gasoduto Nord Stream estavam paralisadas desde o dia 11 de julho para manutenção anual. Cerca de 29 GWh de gás foram enviados na segunda hora desde que o gasoduto voltou a funcionar para a estação alemã de Greifswald, no Mar Báltico. Este gasoduto fornece cerca de um terço do gás que a União Europeia (UE) compra anualmente. Depois de chegar à Alemanha, que é seu principal cliente e um país altamente dependente da energia russa, o gás é exportado para outros países.

Segundo os primeiros dados publicados pela operadora alemã desta rede, a Gascade, o fluxo equivale ao que este gasoduto registrava antes da suspensão das operações para manutenção, que corresponde a 40% de sua capacidade. Essa quantia vem sendo distribuída desde meados de junho, quando a Gazprom reduziu sua capacidade de fornecimento através do Nord Stream argumentando que uma turbina estava em manutenção no Canadá. A gigante russa afirmou que não poderia garantir a retomada do fornecimento pelo gasoduto devido à ausência da turbina, necessária para o funcionamento de uma estação de compressão.

gás russo na Europa

Entretanto, apesar da retomada das operações, Moscou mantém em mãos uma “arma” da qual a segurança energética da UE depende para enfrentar o próximo inverno. Funcionar com 40% da capacidade do Nord Stream implica um risco de que o abastecimento seja insuficiente para empresas e indivíduos nos meses de inverno. Para evitar uma grande crise, a Comissão Europeia propôs, na quarta-feira, 20, um plano para reduzir a demanda do gás em 15% a curto prazo. Essa proposta, que deve ser debatida pelos países membros, levaria a limitar o aquecimento de alguns edifícios, adiar o encerramento de centrais nucleares e incentivar as empresas a reduzirem as suas necessidades.

Desde o começo da guerra na Ucrânia, há uma disputa entre a Rússia e os países ocidentais que impuseram uma onda de sanções a Moscou. A Rússia culpou os ocidentais pelos problemas técnicos no fornecimento de gás para a Europa. “São as restrições que impedem o conserto dos equipamentos, especialmente das turbinas em estações de compressão”, disse o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov, nesta quinta-feira. Ele também descreveu como “completamente falsas” as acusações contra Moscou de “chantagem” com o gás.

*Com informações da AFP

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