Suspensão do parlamento britânico começa nesta segunda e vai até 14 de outubro
Antes da pausa nos trabalhos, governo deve votar ainda hoje a possibilidade de antecipar as eleições no país
A residência oficial de Downing Street, no Reino Unido, confirmou que suspensão do parlamento britânico começa nesta segunda-feira (9), após o termino dos debates do dia. A pausa nos trabalhos, pedida pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, deve durar cinco semanas, terminando em 14 de outubro.
Autorizada pela rainha Elizabeth II com o objetivo de “apresentar uma nova agenda legislativa nacional ousada e ambiciosa para a renovação do país após o Brexit“, a suspensão gerou protestos no país, que entenderam a decisão como uma manobra para forçar a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) no dia 31 mesmo sem acordo. Os manifestantes veem o pedido de Johnson como um”escândalo e uma ameaça à democracia”.
Duas ações judiciais para barrar a suspensão foram rejeitadas nas últimas semanas. Uma terceira, que deve ser julgada em 16 de setembro, ainda está em curso.
Novas eleições
Antes da suspensão, na agenda parlamentar de hoje estão previstos debates sobre legislação para a Irlanda do Norte e uma proposta de eleições antecipadas feita pelo governo.
A Câmara dos Comuns votará hoje se autoriza Johnson a convocar eleições gerais antecipadas para o próximo dia 15 de outubro, dias antes da data do Brexit. Os principais partidos da oposição, entre eles o Trabalhista e o Liberal Democratas, já anteciparam que votarão contra ou se absterão na votação.
Na semana passada, Johnson também tentou, sem sucesso, que os deputados autorizassem esta convocação para eleições.
Por ocasião da suspensão do parlamento, os partidos da oposição e 21 deputados conservadores “rebeldes” conseguiram, na semana passada, assumir o controle da agenda parlamentar e tramitaram um projeto de lei que obriga Johnson a pedir uma prorrogação do Brexit se não houver um acordo antes do dia 31 de outubro.
Este projeto, aprovado pelas duas Câmaras do Parlamento, receberá hoje a sanção da rainha Elizabeth II. Nesse sentido, um porta-voz de Downing Street, escritório oficial do premier britânico, afirmou hoje que o governo cumprirá a lei, mas enfatizou que Johnson não pedirá o adiamento da saída do Reino Unido do bloco europeu.
“O primeiro-ministro não vai pedir uma extensão. Se os deputados quiserem resolver isso, há uma maneira fácil: vote hoje em uma eleição e deixe o povo decidir”, acrescentou o porta-voz.
*Com informações das Agências Brasil e EFE
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