Talibã proíbe saída de afegãos do país e diz que não mudará prazo para retirada dos EUA

Governo de Joe Biden tem até dia 31 de agosto para fazer o resgate de todos os norte-americanos, incluindo soldados, do terreno comandado pelas forças insurgentes

  • Por Jovem Pan
  • 24/08/2021 13h57
EFE/STRINGER Pessoas tentando escalar muro de aeroporto Talibã informou que afegãos não poderão mais entrar no aeroporto de Cabul para serem evacuados do país

Um porta-voz do Talibã afirmou em coletiva de imprensa com veículos de comunicação locais nesta terça-feira, 24, que a entrada de cidadãos do Afeganistão no aeroporto de Cabul, principal ponto de saída de refugiados do país para o exterior, está proibida pelos insurgentes. “Não estamos a favor de permitir que afegãos saiam do país. Os americanos têm a oportunidade e os recursos para retirarem todos os que pertencerem a eles, mas não vamos permitir que os afegãos sejam levados e não vamos estender o prazo de retirada dos EUA”, disse Zabihullah Mujahid, se referindo ao último dia disponível para evacuação dos cidadãos pelo Exército norte-americano, 31 de agosto. O porta-voz também pediu que todas as mulheres continuassem em casa pelos próximos dias até que “a segurança delas seja garantida”. Segundo ele, as forças insurgentes “não sabem lidar” com pessoas do sexo feminino.

Mujahid também falou sobre a situação na província de Panjshir, que está sitiada e é defendida por grupos rebeldes contra o Talibã. A posição oficial dos fundamentalistas é de que o poder na região deve ser tomado por meio do diálogo, evitando qualquer confronto civil. Em comunicado feito na manhã desta terça, a Casa Branca informou que nas últimas 24 horas 21,6 mil pessoas foram evacuadas do país, o que elevou o número de retirados até o momento para 63,9 mil. Voos partiram do aeroporto internacional a cada 45 minutos ao longo de toda a segunda e o presidente Joe Biden, que na última semana não descartou pedir um novo prazo para retirada dos cidadãos do Afeganistão, não deve solicitar o adiamento. Mais de cinco mil soldados continuam em solo asiático e só voltarão para casa após a retirada de todos do país.

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