Tarifa de 50% dos EUA ao Brasil é ‘agressão chocante’, diz The Economist

Segundo a publicação, tarifaço de Trump representa uma das intervenções mais significativas dos americanos na América Latina desde o período da Guerra Fria

  • Por Jovem Pan
  • 25/07/2025 20h39
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EFE/EPA/WILL OLIVER/PISCINA Donald Trump De acordo com a Economist, as medidas adotadas por Trump estão gerando um efeito contrário ao desejado

A revista The Economist descreveu na última quinta-feira (24) a recente decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre todas as exportações do Brasil e suspender os vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como uma “chocante agressão”. Segundo a publicação, essa ação representa uma das intervenções mais significativas dos EUA na América Latina desde o período da Guerra Fria. A análise da revista ressalta a relação conflituosa entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caracterizando-os como “inimigos ideológicos”. No entanto, o ataque de Trump foi considerado pela revista uma reação à cúpula do Brics, que ocorreu no Brasil. A resposta do STF, que adotou medidas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, foi vista como uma ação “agressiva”.

De acordo com a Economist, as medidas adotadas por Trump estão gerando um efeito contrário ao desejado, resultando em um aumento do apoio a Lula entre a população brasileira. O índice de aprovação do presidente cresceu, e o Congresso, dominado por partidos de direita, está avaliando a possibilidade de implementar tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos. A revista também enfatiza a relevância das exportações brasileiras para o mercado americano, como café e carne, e como as tarifas podem afetar negativamente regiões que tradicionalmente apoiam Bolsonaro. “O impacto provavelmente recairá desproporcionalmente sobre empresas sediadas em regiões que são redutos de Bolsonaro.”

A confederação de agricultores do Brasil criticou a “natureza política” das tarifas impostas por Trump. “É revelador que a confederação de agricultores do Brasil, geralmente leal a Bolsonaro, tenha condenado a ‘natureza política’ das tarifas de Trump. Até mesmo Bolsonaro tentou se distanciar. Ele afirma que as tarifas ‘não têm nada a ver conosco'”.

Além disso, a insatisfação dos brasileiros com os ataques dos EUA ao sistema de pagamentos Pix, que promoveu a concorrência no setor bancário, é evidente. Embora a Economist reconheça que algumas queixas sobre práticas comerciais do Brasil possam ter fundamento, sugere que a verdadeira preocupação de Trump não é essa, já que ele tem ignorado os pedidos do governo brasileiro para discutir um acordo comercial.

*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicado por Fernando Dias

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