Termômetros infravermelhos têm pouca efetividade para detectar Covid-19, diz pesquisa

Análise mostrou que equipamento apontou febre em apenas 9,5% dos pacientes com o vírus em um hospital da Romênia e afirmou que medidores dão ‘falso senso de proteção’

  • Por Jovem Pan
  • 07/07/2021 17h56 - Atualizado em 07/07/2021 19h31
Gabriel Bastos/Estadão Conteúdo mulher apontando termômetro no rosto de homem Termômetros infravermelhos são usados para aferir temperatura de pessoas que podem estar com Covid-19

Um estudo conduzido por pesquisadores europeus em um hospital da Romênia mediu a efetividade de termômetros infravermelhos, popularmente usados como medida sanitária para evitar a propagação da Covid-19 ao redor do mundo, e analisou que eles têm pouca efetividade para detectar pessoas com a doença. Ao todo, 5.231 pessoas foram analisadas na pesquisa. Todas elas eram pacientes do Clinical Institute Fundeni, um dos maiores hospitais de Bucareste, capital da Romênia. Ao dar entrada no hospital por motivos diversos, eles tiveram a temperatura medida com os termômetros (posicionados em uma distância de um a cinco centímetros da pele), responderam a questionários sobre os sintomas da doença e passaram por testes PCR. Desses, 53 foram detectados com a doença. Apenas cinco deles apresentaram febre.

Com febre detectada em apenas 9,5% dos pacientes com Covid no hospital, pesquisadores consideraram o equipamento testado como pouco eficiente para o controle da doença. “O valor é considerado como extremamente baixo e significa que a maioria dos pacientes com a Sars-Cov-2 passaria pela triagem de temperatura e seria admitida no hospital como um caso ‘negativo’ da doença”, afirmou trecho do estudo publicado no jornal científico Frontiers. Foi considerada como febre no estudo qualquer temperatura acima de 37.3ºC. O estudo indicou, ainda, que os termômetros “fornecem um falso senso de proteção contra a doença e discriminam pacientes que podem apresentar febre por outras razões, como tratamentos oncológicos, que têm a febre como uma de suas principais consequências”. Os pacientes estudados pelos pesquisadores tinham entre seis meses de idade e 91 anos de vida.

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