Trump ainda quer que México pague por muro, apesar de ultimato ao Congresso

  • Por EFE
  • 24/08/2017 19h38 - Atualizado em 24/08/2017 19h51
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SBM10 NORTH CHARLESTON (ESTADOS UNIDOS), 17/02/2017.- El presidente de EE.UU., Donald J. Trump, pronuncia su discurso durante la presentación del avión 787-10 del fabricante Boeing en su planta de North Charleston, Estados Unidos, hoy 17 de febrero de 2017. El avión se lanzará al mercado el 2018. EFE/Stephen B. Morton EFE/Stephen B. Morton Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump ameaça paralisação parcial do Governo se o Senado não autorizar os fundos para construir o "famigerado" muro

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não abandonou “sua exigência” de que o México pague pelo muro que ele quer construir na fronteira comum, apesar ter dado um ultimato ao Congresso para que lhe conceda fundos para erguê-lo, assegurou nesta quinta-feira a Casa Branca. Trump ameaçou na terça-feira provocar uma paralisação parcial do Governo se o Senado não autorizar os fundos para construir um muro na fronteira com o México, um ultimato que prevê algumas disputadas negociações em setembro sobre o orçamento.

Os jornalistas pressionaram hoje a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, sobre por que Trump chega ao ponto de ameaçar com uma paralisação do Governo para conseguir fundos do Congresso, quando a ideia original do governante era que o México pagasse a conta do muro. “Não acredito que nenhum esforço tenha sido deixado de lado para conseguir que o México pague pelo muro”, disse Sanders ao ser perguntada durante sua entrevista coletiva diária.

A porta-voz não deu uma razão que explique o ultimato de Trump, além de destacar que o presidente está “comprometido” a conseguir que se construa o muro, uma das suas principais promessas eleitorais, para “manter os americanos seguros”. Quando uma jornalista a lembrou que Trump ultimamente não diz que o México vai pagar pelo muro, como fazia antes, Sanders respondeu: “Tampouco está dizendo que não vão fazê-lo”.

Em telefonema de janeiro passado, Trump e o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, concordaram não falar mais em público sobre quem pagaria o muro com o fim de evitar mais atritos políticos, visto que o México se negou categoricamente a custear esse projeto. A Casa Branca incluiu fundos para o muro na sua proposta de orçamento para o próximo ano fiscal, e Trump argumentou em abril que o México acabaria pagando de alguma forma “pela barreira fronteiriça”, ainda que os EUA tivessem que adiantar os fundos.

A Câmara de Representantes, de ampla maioria republicana, aprovou dinheiro para o muro dentro de um projeto de lei de financiamento vinculado à segurança nacional aprovado antes do recesso de agosto, mas esse projeto é considerado morto em sua chegada ao Senado.

Trump aproveitou que se aproxima o dia 30 de setembro, uma data limite para aprovar novos fundos para o Governo federal, para ameaçar os senadores com a ideia de que, se não incluírem fundos para o muro nesse orçamento, ele não o assinará, e permitirá que a sua própria Administração fique sem dinheiro para operar.

A última vez que houve uma paralisação parcial do Governo americano foi em 2013, com centenas de milhares de dólares perdidos, além de provocar o desemprego temporário de milhares de funcionários.

O líder da minoria democrata do Senado, Chuck Schumer, alertou na quarta-feira a Trump que, se continuar com suas ameaças sobre o muro, conseguirá justamente essa “paralisação do Governo, que ninguém quer e que não vai levar a nada”.

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