Trump deve se apresentar à Justiça nesta terça para enfrentar as acusações de má gestão de documentos secretos

Audiência está agendada para às 15h (16h em Brasília), e a noite o ex-presidente dos EUA fará um pronunciamento em seu clube de golfe em Nova Jersey

  • Por Jovem Pan
  • 12/06/2023 17h37
WIN MCNAMEE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP trump se apresenta à justiça Candidato presidencial republicano, ex-presidente dos EUA, Donald Trump, chega ao Aeroporto Internacional de Miami em 12 de junho de 2023 em Miami, Flórida

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve comparecer às 15h (16h em Brasília) a um tribunal em Miami nesta terça-feira, 13, sob acusações federais de má gestão de documentos secretos. Ele enfrenta 37 acusações, incluindo violações da Lei de Espionagem, declarações falsas e conspiração relacionadas a sua gestão de material confidencial após deixar o cargo. Na sequência ele fará um pronunciamento às 20h15 (21h15 em Brasília) em seu clube de golfe em Nova Jersey. Divulgadas na sexta-feira, 9, as 37 acusações federais contra Trump se concentram em sua suposta má gestão de documentos confidenciais, expondo o ex-presidente (2017-2021) a uma prestação de contas muito mais severa do que os processos relacionados com má conduta pessoal, política e comercial enfrentados antes. Apresentadas pelo procurador especial do Departamento de Justiça, Jack Smith, as acusações incluem “retenção ilegal de informações de segurança nacional” e “obstrução da justiça”, cada uma com pena de até 20 anos de prisão. Essa aparição também prepara o cenário para uma corrida à Casa Branca em um ambiente sem precedentes, com o Departamento de Justiça do governo do presidente democrata Joe Biden buscando processar aquele que é claramente o favorito para a indicação republicana. No sábado, pela primeira vez, ele fez pronunciamentos em duas convenções republicanas, nos estados da Geórgia e da Carolina do Norte, sobre as acusações. “Estamos lidando com lunáticos insanos”, disse o pré-candidato republicano em seu comício em Greensboro, na Carolina do Norte.

“A acusação infundada contra mim pelo Departamento armado da Injustiça da administração Biden será lembrada como um dos abusos de poder mais horrorosos na história do nosso país”, afirmou o político. Trump criticou Biden e o Departamento de Justiça, alegando, perante a multidão, que está sendo falsamente acusado e perseguido nos tribunais por sua busca por um segundo mandato na Casa Branca. “É por isso que eles fazem isso. Se não fosse assim, não haveria caça às bruxas, não haveria acusação”, declarou a seus seguidores. No domingo, 11, a advogada de Donald Trump revelou a estratégia de defesa do ex-presidente dos Estados Unidos. Ela afirmou que ele tinha o direito de possuir arquivos “desclassificados” – ou seja, com sigilo retirado – como lembranças pessoais de seu mandato e que as acusações tinham motivações políticas. “Ele tem todo o direito de possuir documentos confidenciais que foram desclassificados”, disse uma de suas advogadas, Alina Habba, ao programa ‘Fox News Sunday’ da emissora Fox News, dois dias antes de Trump comparecer a um tribunal federal em Miami (sudeste). “A capacidade do presidente de classificar e controlar o acesso a informações de segurança nacional decorre da Constituição”, alegou o presidente do Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes, Jim Jordan, um aliado próximo, à CNN. Em sua opinião, ele pode colocar esse material “onde quiser, (…) tratá-lo como quiser”. Trump está buscando sua candidatura no Partido Republicano para disputar as eleições presidenciais de 2024. Para Habba, toda essa trama judicial tem uma “motivação totalmente política”. “É uma clara interferência eleitoral”, disse, referindo-se a supostos obstáculos à candidatura de Trump.

Habba também descreveu a oposição do republicano aos agentes federais revistarem suas caixas durante uma busca em sua casa em Mar-a-Lago, na Flórida, destacando sua frustração por os funcionários terem revistado seus pertences pessoais. No entanto, o procurador-geral dos Estados Unidos durante o último ano da presidência de Trump (2017-2021), Bill Barr, disse que seu ex-chefe enfrenta “acusações sólidas” apresentadas pelo Departamento de Justiça e que não é vítima de uma caça às bruxas, como insiste o magnata. “A ideia de que o presidente tem autoridade total para declarar qualquer documento como pessoal é… Ridícula”, afirmou Barr à Fox. A resposta de muitos republicanos, incluindo alguns adversários de Trump na disputa pela indicação do partido, tem sido apoiar o ex-presidente e amplificar sua indignação. O governador da Flórida, Ron DeSantis, que é considerado seu principal concorrente pela nomeação republicana, também acredita que o Departamento de Justiça está “armado” para conduzir uma campanha contra os candidatos de sua legenda. O presidente da Câmara de Representantes, o republicano Kevin McCarthy, que teve uma relação de altos e baixos com Trump, disse que a acusação representa um “dia sombrio” para o país.

*Com informações da AFP

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