Ucrânia confirma ataque a Moscou, e Rússia promete severas represálias

Reivindicação incomum por parte de Kiev ocorreu após as tropas de Putin bombardearam Odessa no fim de semana; ao menos duas pessoas morreram e uma catedral foi destruída

  • Por Jo em Pan
  • 24/07/2023 17h32 - Atualizado em 24/07/2023 17h38
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EKATERINA ANISIMOVA / AFP Ucrânia taca Moscou com drones Funcionários municipais removem uma janela de vidro quebrada no local de um ataque de drone relatado em Komsomolsky Prospekt em Moscou em 24 de julho

A Ucrânia confirmou nesta segunda-feira, 24, ser a autora de um ataque noturno, realizado com drones, que atingiu Moscou, a capital da Rússia. Uma fonte da Defesa ucraniana, que pediu anonimato, disse que o ataque contra Moscou foi “uma operação especial do GUR”, os serviços de inteligência militar ucranianos.  Um dos artefatos caiu em uma importante rodovia da capital russa, Komsomolsky Prospekt, próximo ao Ministério da Defesa. Essa reivindicação incomum por parte de Kiev ocorreu depois que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ameaçou tomar represálias contra os bombardeios russos em Odessa no fim de semana, que deixaram dois mortos e destruíram uma catedral. A Rússia, por sua vez, alertou que planeja tomar “severas represálias” após esses ataques em Moscou e outros na Crimeia, declarou a diplomacia russa, acusando as potências ocidentais de estarem “por trás dos atos descarados” de Kiev. A região de Moscou não era atacada por drones há quase três semanas. O exército russo, que denunciou um “ato terrorista”, afirmou que dois drones ucranianos foram neutralizados e caíram sem causar vítimas.

Moscou e sua região, localizadas a mais de 500 quilômetros da fronteira ucraniana, já foram atacadas por drones em outras ocasiões. Em maio, um desses ataques atingiu o Kremlin. Em 4 de julho, cinco drones foram derrubados na região de Moscou, segundo as autoridades. O ataque interrompeu o funcionamento do Aeroporto Internacional de Vnukovo. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse nesta segunda-feira que “medidas” foram tomadas para defender Moscou e que “todos os drones” foram derrubados. Este ataque em Moscou se soma aos registrados há uma semana na Crimeia, península anexada por Moscou, e no sul da Ucrânia, onde as tensões se agravaram depois que a Rússia decidiu, na segunda-feira passada, retirar-se de um acordo que permite a exportação de grãos ucranianos pelo mar Negro. Na Crimeia, um bombardeio ucraniano com drones alcançou um depósito de munições, no distrito de Dzhankoi, no norte da península anexada, informou nesta segunda o governador russo, Sergei Asksionov. Segundo o Exército russo, 14 drones ucranianos foram neutralizados na Crimeia por equipes de interferência e outros três pela defesa antiaérea.

Não foi só o lado russo que foi atacado nesta segunda-feira. As tropas de Vladimir Putin  atacaram, durante “quase quatro horas”, uma infraestrutura portuária ucraniana da região de Odessa destruiu um silo de grãos, informou nesta segunda o Exército ucraniano.  Kiev afirmou nesta segunda-feira que tomou mais de 16km2 das forças russas na semana passada no leste e sul do país, quase dois meses depois do início de sua contraofensiva. O presidente uelensky, prometeu “represálias” aos tiros de “19 mísseis” russos contra Odessa, cujo centro histórico foi incluído no início do ano na lista de Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco. A cidade portuária, alvo frequente de bombardeios russos, foi atacada na madrugada de domingo. Duas pessoas morreram e outras 22 ficaram feridas, entre elas, pelo menos quatro crianças. A Catedral da Transfiguração foi gravemente danificada, algumas de suas paredes desabaram e vários ícones foram incendiados. O templo, inaugurado há mais de 200 anos, foi destruído pelos soviéticos em 1936 e reconstruído no início dos anos 2000. Vinte e cinco monumentos foram danificados por bombardeios no domingo, de acordo com o governador regional, Oleg Kiper. A Rússia assegura que efetua apenas ataques contra sítios militares.

*Com agências internacional

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