Uruguai confirma caso de ‘fungo preto’ que afeta milhares de pacientes com Covid-19 na Índia

Médico infectologista que atendeu o homem alertou que o desgaste imunológico causado pelo novo coronavírus pode deixar um terreno fértil para a murcomicose

  • Por Jovem Pan
  • 28/05/2021 11h31 - Atualizado em 28/05/2021 15h35
EFE / EPA / DIVYAKANT SOLANKI Médico examina paciente com suspeita de mucormicose no Hospital Navi Mumbai Municipal Corporation em Navi Mumbai, Índia Médica examina paciente com murcomicose, popularmente conhecida como 'fungo preto' na cidade indiana de Mumbai

O Uruguai confirmou nesta quarta-feira, 26, que um homem diabético de 50 anos teve que ser internado devido à uma infecção por “fungo preto” dez dias depois de se recuperar de uma contaminação pelo novo coronavírus. “O importante não é a identificação de um caso, mas o aviso de que o desgaste imunológico causado pela Covid-19 pode deixar um terreno fértil para novas infecções”, explicou o médico infectologista que atende o paciente, Henry Albornoz, ao jornal local El País. O chamado “fungo preto” vem chamando atenção na Índia, onde foram relatados mais de 8,8 mil casos só na última semana, geralmente em pacientes em recuperação ou recuperados da Covid-19. A infecção é causada pela exposição a um fungo encontrado no solo que afeta os seios da face, os pulmões e até o cérebro das pessoas contaminadas. Os principais sintomas são congestão nasal e sangramento, mas em alguns casos há inchaço nos olhos, visão turva e até a perda de um dos globos oculares. Muitas vezes, a remoção de um olho é necessária para evitar que o fungo chegue ao cérebro. A taxa de mortalidade é de 50%, sendo que o risco é maior em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido.

Segundo a emissora de televisão britânica BBC, a principal suspeita dos médicos especialistas é que o surto esteja relacionado aos esteroides presentes nos fármacos utilizados para tratar o novo coronavírus. Apesar de ajudarem a reduzir a inflamação nos pulmões, eles também diminuem a imunidade, o que pode desencadear casos de mucormicose. Outro agravante é que o “fungo preto” se espalha pelo ar, apesar de só afetar aqueles que já estão com seus sistemas de defesa enfraquecidos. Por enquanto, existe um único medicamento antifúngico eficaz contra a doença, que deve ser aplicado através de injeção intravenosa diariamente por até oito semanas. O Ministério da Saúde da Índia pediu à população que faça higiene pessoal e mantenha doenças como o diabetes sob controle, além de usar sapatos, blusas e calças compridas e luvas ao manusear o solo.

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