Venda histórica de submarinos nucleares dos EUA à Austrália é um ‘caminho equivocado e perigoso’, alerta China

Norte-americanos disseram que intuito da entrega da embarcação não é para ameaçar nenhum país, e sim um projeto para fortalecer o Ocidente na região Ásia-Pacífico 

  • Por Jovem Pan
  • 14/03/2023 11h44
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JIM WATSON / AFP submarino nuclear Presidente dos EUA, Joe Biden (C), participa de uma reunião trilateral com o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak (R) e o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese (L) durante a cúpula AUKUS em 13 de março de 2023, na Base Naval Point Loma em San Diego, Califórnia

Em meio a uma série de tensões com a China, que a cada dia ganha um novo episódio, os Estados Unidos venderão submarinos de propulsão nuclear para um aliado. Trata-se de uma embarcação de ataque que pode empregar mísseis de cruzeiro e que começou a ser fabricada no ano 2000. Na segunda-feira, 13, a Austrália anunciou nesta segunda-feira que comprará três desses produtos – mais dois deles poderão ser vendidos ao país da Oceania caso seja necessário, segundo a Casa Branca – e irá fabricar um novo modelo, com tecnologia americana e britânica, dentro de um projeto ambicioso para fortalecer o Ocidente na região Ásia-Pacífico – os submarinos fazem parte da nova aliança militar AUKUS, integrada por Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, afirmou Sullivan aos jornalistas a bordo do Air Force One. Ela também ressaltou que embora a aliança seja vista como um contrapeso em relação à influência da China, o acordo não é dirigido contra nenhum país, e o objetivo é mostrar o compromisso dos EUA com o Indo-Pacífico. Contudo, não é dessa forma que os chineses enxergam. Após o anúncio da venda, o governo da China advertiu que os norte-americanos, o Reino Unido e Austrália transitam por um “caminho equivocado e perigoso”.

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“A última declaração conjunta dos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália demonstra que os três países transitam cada vez mais por um caminho equivocado e perigoso, pensando em seus próprios interesses e menosprezando a preocupação da comunidade internacional”, declarou o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin. Pequim já havia solicitado aos três países, antes do anúncio de segunda-feira, que “abandonassem a mentalidade da Guerra Fria e dos jogos de soma zero”. Embora a Austrália tenha descartado a implantação de armas atômicas, o projeto submarino marca uma nova e significativa etapa da tentativa liderada pelos Estados Unidos de combater o poderio militar crescente da China. A Rússia, que deseja fortalecer os vínculos com os chineses, também acusou as potências ocidentais de fomentar “anos de confronto” na região Ásia-Pacífico. “O mundo anglo-saxão constrói estruturas de bloco como AUKUS, avançando a infraestrutura da Otan na Ásia, e apostando seriamente em longos anos de confronto”, afirmou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

Os submarinos de propulsão nuclear são difíceis de detectar, podem se deslocar por grandes distâncias durante longos períodos e transportar sofisticados mísseis de cruzeiro. O projeto ambicioso para fortalecer o Ocidente na região Ásia-Pacífico será desenvolvido em três fases. Em uma primeira etapa, a Austrália se familiarizará com os submarinos de propulsão nuclear, já que não possui tecnologia nuclear, militar ou civil. Isso será feito através do “treinamento” de marinheiros, engenheiros e técnicos, disse Sullivan. O objetivo, acrescentou, é “implementar” submarinos americanos e britânicos na Austrália ao longo desta década. Em uma segunda fase, a Austrália irá comprar três submarinos americanos de propulsão nuclear do tipo “Virginia”, com opção para adquirir outros dois. Os submarinos serão entregues a partir de 2030. Finalmente, em uma terceira fase, Estados Unidos, Austrália e Reino Unido unirão forças para uma nova geração de submarinos, denominados SSN-AUKUS, anunciou o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca. Estes dispositivos, de propulsão nuclear e com armas convencionais, requerem “investimentos importantes” nos três países, disse.

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*Com informações das agências internacionais

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