Venezuela acusa EUA de ‘extorsão’ na ONU e recebe apoio de China e Rússia
Durante reunião do Conselho de Segurança, embaixador venezuelano condenou o bloqueio feito por Washington aos navios petroleiros de Caracas, que ocorre em meio a ofensiva norte-americana no Caribe
O embaixador da Venezuela na ONU (Organização das Nações Unidas), Samuel Moncada, acusou os Estados Unidos de estar submetendo Caracas à “maior extorsão” de sua história. A declaração foi feita nesta terça-feira (23) durante reunião do Conselho de Segurança, momento em que o representante venezuelano condenou o bloqueio feito por Washington aos navios petroleiros, que ocorre em meio a ofensiva militar norte-americana no Caribe.
“Estamos diante de uma potência que atua à margem do direito internacional, exigindo que nós venezuelanos abandonemos nosso país e o entreguemos”, afirmou Moncada.
Os embaixadores russo, Vassily Nebenzia, e chinês, Sun Lei, criticaram a pressão militar e econômica dos EUA sobre a Venezuela. Os representantes chamaram as ações norte-americanas de “comportamento de caubói” e falaram em “intimidação”.
Os Estados Unidos mantêm uma frota de guerra no Caribe desde agosto. O país anunciou recentemente um bloqueio naval para evitar a exportação de petróleo venezuelano. O presidente norte-americano, Donald Trump, acusa Caracas de usar a venda de petróleo para financiar “o narcoterrorismo, tráfico de pessoas, os assassinatos e sequestros”. A Venezuela nega envolvimento e afirma que Washington busca derrubar seu líder, Nicolás Maduro, para tomar suas reservas, que são as maiores do mundo.
“Os atos cometidos pelos Estados Unidos violam todas as normas fundamentais do direito internacional”, disse Nebenzia. O embaixador russo ainda descreveu o bloqueio como “uma agressão flagrante”. “A responsabilidade de Washington também se evidencia nas consequências catastróficas dessa atitude de caubói”, acrescentou o representante da Rússia, durante uma reunião de emergência solicitada pela Venezuela com o apoio, principalmente, de Moscou e Pequim.
“A China se opõe a todos os atos de unilateralismo e intimidação, e apoia todos os países na defesa da sua soberania e da dignidade nacional”, declarou Lei.
Em resposta, o embaixador norte-americano, Mike Waltz, disse que “os Estados Unidos farão tudo o que estiver em seu poder para proteger [seu] hemisfério, [suas] fronteiras e o povo americano”. Ele reiterou as acusações de Trump de que “Maduro é um fugitivo procurado pelas autoridades americanas e chefe da organização terrorista estrangeira Cartel de los Soles“.
Especialistas apontam que esse cartel funcionaria mais como uma rede de corrupção permissiva com atividades ilícitas, do que uma organização de tráfico de drogas propriamente dito.
Recentemente, a Casa Branca aumentou para US$ 50 milhões (cerca de R$ 278 milhões) a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro.
*Com informações de AFP News
Publicado por Júlia Mano
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