‘Viking do Capitólio’ está disposto a depor no impeachment de Trump

Jacob Chansley testemunharia contra o ex-presidente dos Estados Unidos, afirmando ter sido incitado pelo republicano a cometer a invasão no último dia 6

  • Por Bárbara Ligero
  • 29/01/2021 11h57
EFE/EPA/JIM LO SCALZO Manifestantes invadiram Capitólio no começo de janeiro Jacob Anthony Chansley, o "Viking do Capitólio", diz ter sido enganado pelo ex-presidente Donald Trump

Jacob Anthony Chansley, de 33 anos, chamou atenção do mundo inteiro ao invadir o Capitólio, no último dia 6, vestindo um chapéu com chifres e peles. Conhecido como “Viking do Capitólio” no Brasil e “Xamã do QAnon” nos Estados Unidos, ele está detido em Phoenix desde o dia 9 acusado de desordem civil, obstrução de um processo oficial e conduta desordenada em um prédio restrito, além de entrada violenta e ilegal nesse mesmo edifício. Sob a ameaça de pegar até 25 anos de prisão, Chansley afirma estar arrependido de ter participado do ato a favor do ex-presidente Donald Trump, que emitiu uma série de indultos em suas horas finais no cargo, mas não concedeu perdão a nenhum participante da invasão ao Capitólio. Esse comportamento foi visto por Chansley como uma “traição”.

Nesta quinta-feira, 28, o advogado do “Viking do Capitólio”, Albert Watkins, disse que o seu cliente estaria disposto a depor no impeachment de Trump em fevereiro. Chansley testemunharia que foi incitado pelo ex-presidente a invadir o prédio onde acontecia a cerimônia de oficialização da vitória de Joe Biden, corroborando assim a acusação de “incitação à insurreição” que está sendo usada contra o ex-presidente. No entanto, o advogado afirmou que não discutiu essa possibilidade com nenhum membro do Senado dos Estados Unidos ainda. Uma semana antes, Watkins relevou que o seu cliente sentia que tinha sido enganado por Trump.

Chansley faz parte do grupo de extrema-direita QAnon, que cresceu exponencialmente nos últimos anos mobilizando pessoas de diversos países a se organizarem em torno de teorias conspiratórias para “estabelecer uma nova ordem mundial”. Mesmo não dependendo da política partidária para manter-se vivo, o movimento considera Donald Trump um herói e, durante seus anos de mandato, o ex-presidente retribuiu os elogios, classificando-os como “pessoas que amam nosso país”. A principal ideia, pouco plausível, por trás do QAnon é que o ex-presidente trava uma guerra contra pedófilos adoradores de Satanás presentes na elite do governo, da imprensa e do mundo empresarial.

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