Biden revoga mais medidas de Trump, revê política de aborto e ri ao ser perguntado sobre Bolsonaro

Com pouco mais de oito dias no poder, presidente dos EUA seguiu a tradição de falar com os chefes dos países vizinhos

  • Por Jovem Pan
  • 29/01/2021 06h21
EFE/EPA/OFFICE OF THE PRESIDENT ELECT Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden A porta-voz do governo dos Estados Unidos, Jen Psaki, afirmou que o Brasil será um "parceiro-chave" no debate sobre questões climáticas

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na quinta-feira, 28, uma ordem executiva com foco na saúde. A tentativa dele é melhorar o acesso ao sistema de saúde, sobretudo em meio à pandemia de coronavírus. De modo bastante claro, o presidente disse que o objetivo é “desfazer o dano que Trump causou”. O coronavírus já matou mais de 430 mil pessoas nos EUA, que já ultrapassou 26 milhões de infectados. Uma das ações mira planos de saúde. Nesta sexta, americanos de 36 estados que utilizam o Obamacare, programa do ex-presidente Barack Obama, podem adquirir planos de saúde apenas durante um período de seis semanas no outono do hemisfério norte.

Com a pandemia, Trump foi pressionado a reabrir esse cadastro fora do período, por conta do desemprego, mas não o fez. Biden, nesta quinta, reabriu esse período para contratação e qualquer pessoa poderá contratar um serviço. Nas ações desta quinta, Biden também modificou as políticas de aborto, tema polêmico por lá. Na véspera da marcha pela vida anual do movimento anti-aborto, Biden assinou um decreto para abolir a chamada “política da cidade do México”, que proíbe organizações internacionais sem fins lucrativos que aconselham sobre o aborto a receber fundos federais. como os ex-presidentes democratas, Bill Clinton e Barack Obama, ele rescindiu a regra. A medida costuma ser derrubada por democratas e reativada por republicanos há anos.

O aborto é legal nos Estados Unidos desde uma decisão da Suprema Corte de 1973, que garante o “direito de escolha” da mulher. Seguindo com mudanças nas ações do antigo presidente, a gestão Joe Biden anunciou que vai rever a posição dos EUA com relação a Cuba. Trump endureceu sanções e recolocou a ilha na lista de estados patrocinadores de terrorismo. A Casa Branca ainda falou sobre questões envolvendo o Brasil. A porta-voz do governo dos Estados Unidos, Jen Psaki, afirmou que o Brasil será um “parceiro-chave” no debate sobre questões climáticas que o país planeja liderar. Os EUA pretendem organizar em 22 de abril uma cúpula sobre o clima. O encontro é uma reedição do fórum das grandes economias para energia e clima, lançado em 2009 no governo Obama.

O presidente Joe Biden também foi perguntado sobre relações com o Brasil. Ele riu após ser perguntado por uma jornalista brasileira sobre quando iria conversar com Jair Bolsonaro. A pergunta, no salão oval, era se havia agenda para uma conversa direta com Bolsonaro. Ao invés de responder, Biden preferiu sorrir. Com pouco mais de oito dias no poder, Biden seguiu a tradição de falar com os chefes dos países vizinhos: Justin Trudeau (Canadá) e Andrés Manuel López Obrador (México). Além disso, também conversou por telefone com líderes de nações com relações tidas como estratégicas ou históricas com os EUA, como: Boris Johnson (Reino Unido), Emmanuel Macron (França), Angela Merkel (Alemanha), Vladmir Putin (Rússia) e Yoshihide Suga (Japão).

*Com informações do repórter Fernando Martins

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