Vírus da gripe aviária foi detectado no leite de vacas infectadas nos EUA alerta OMS

‘Isto é preocupante, mas também serve de impulso para uma maior vigilância da doença’, disse Zhang Wenqing, chefe do programa de prevenção global da gripe da OMS

  • Por Jovem Pan
  • 19/04/2024 12h24
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jcomp/Freepik Sucção de leite em tetas de vaca O vírus da gripe aviária H5N1, detectado de maneira crescente em mamíferos e recentemente em bovinos e caprinos nos Estados Unidos

O vírus da gripe aviária H5N1, detectado de maneira crescente em mamíferos e recentemente em bovinos e caprinos nos Estados Unidos, também foi encontrado em análises no leite destes animais de criação infectados, advertiu nesta sexta-feira (19), a Organização Mundial de Saúde (OMS). Zhang Wenqing, chefe do programa de prevenção global da gripe da OMS, disse em entrevista coletiva que na sequência desta constatação “é importante garantir práticas de segurança alimentar, como o consumo exclusivo de produtos lácteos pasteurizados”. A OMS está monitorando de perto os casos nos Estados Unidos depois da notificação, em 1º de abril, de um caso de H5N1 em um trabalhador de uma fazenda leiteira no Texas, a primeira transmissão conhecida do vírus de vacas para humanos. “Em surtos recentes, também foram registrados casos de transmissão de aves para vacas, ou de vacas entre elas (…), o que sugere que o vírus está encontrando rotas diferentes das conhecidas anteriormente”, disse Zhang. “Isto é preocupante, mas também serve de impulso para uma maior vigilância da doença”, acrescentou, lembrando que a OMS trabalha em conjunto com a Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) para uma possível reavaliação do vírus H5N1.

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Os casos em humanos ainda são raros, (cerca de 900 desde 2003), a OMS permanece em alerta para possíveis evoluções do vírus que permitam a transmissão entre pessoas, o que poderia dar potencial pandêmico à doença, já que seu nível de letalidade por enquanto é muito elevado (mais de 50% dos casos foram fatais).

Zhang lembrou que desde o ano de 2020 tem havido um “crescimento exponencial” no número de infecções em aves, além de cada vez mais mamíferos afetados, incluindo focas, martas, leões marinhos e raposas, embora não tenha sido confirmada a crescente adaptação do vírus para este tipo de animais. Os casos em vacas e cabras “são mais um passo na propagação do vírus aos mamíferos”, destacou hoje a especialista, que solicitou medidas especiais de prevenção para os trabalhadores das explorações agrícolas onde foram registrados casos.

“Pedimos a todos os países que permaneçam vigilantes, reportem rapidamente infecções humanas, se houver, partilhem sequenciação e outros dados e reforcem as medidas de biossegurança nas explorações agrícolas”, concluiu a especialista da OMS.

*Com informações da EFE

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