Número de mortos em rebeliões em presídios no Ceará chega a 18

  • Por Estadão Conteúdo
  • 24/05/2016 18h34
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Arquivo/Agência Brasil Presos

A Secretaria de Justiça e Cidadania do Ceará (Sejus) confirmou, nesta terça-feira, 24, mais quatro mortes de detentos decorrentes da série de rebeliões ocorridas no final de semana nas unidades prisionais da Região Metropolitana de Fortaleza. Com isso, o número de mortos chegou a 18. As tropas da Força Nacional devem chegar à cidade nesta quarta.

De acordo com a Sejus, todas as mortes foram decorrentes dos conflitos entre internos ocorridos no sábado e domingo. Desses 18, dez corpos serão identificados por exame de DNA.

No fim da segunda, uma rebelião foi registrada na Unidade Prisional Agente Luciano Andrade Lima. Policiais militares e agentes penitenciários entraram na unidade para fazer a contenção e, de acordo com o governo cearense, ninguém ficou ferido.

Ao longo desta terça, nenhuma unidade registrou conflitos. Em algumas delas, os próprios internos estão fazendo a limpeza das estruturas após os conflitos. 

A Sejus confirmou a transferência emergencial de internos para o Centro de Execução Penal e Integração Social, nova unidade prisional do Complexo Itaitinga II, que está com 95% das obras finalizadas. “A medida teve como objetivo resguardar a integridade física desses internos, visto que eles foram ameaçados por outros internos”, informa o órgão por meio de nota

A pasta negou que tenha ocorrido interrupção no fornecimento de água e de comida e assegurou que assistentes sociais estão na entrada dos complexos e nos prédios da Secretaria oferecendo apoio aos familiares.

Contato

Alguns presos estão se comunicando com os parentes por meio de celulares, prática vetada no interior das unidades e com punição prevista em lei.

Nas conversas reproduzidas por redes de televisão locais, os detentos confirmam que a revolta começou porque a visita das mulheres foi cancelada por conta da greve dos agentes penitenciários. “O problema do Carrapicho (como é conhecida a unidade prisional de Caucaia) e da CPPL (Casa de Privação Provisória de Liberdade) é que os agentes não deixaram entrar visita”, diz um dos presos.

Também pelo celular, eles afirmaram que foram transferidos da CPPL 4 para outra penitenciária que ainda está em construção. “Não tem onde nos colocar. Nós estamos num canto e, de uma hora para outra, nos colocaram na CCPL 5. Vamo morrer de fome, sem água. Tamo dormindo no cimento, não tem comida e nem água. Tão matando a gente aos poucos”, afirma outro preso.

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