Ofensiva em Gaza continua com menos intensidade, mas tensão sobe em Jerusalém

  • Por Agencia EFE
  • 04/08/2014 15h43

Saud Abu Ramadan e Daniela Brik.

Gaza/Jerusalém, 4 ago (EFE).- A ofensiva israelense em Gaza, que completa quatro semanas nesta segunda-feira, continua, mas com menos intensidade e em meio a informações que apontam para um cessar-fogo próximo, paralelamente ao aumento da tensão em Jerusalém.

Hoje houve novas vítimas em ataques israelenses na faixa palestina, que já registra 1.865 mortos e 9.400 feridos, a maioria civis, desde o início da ofensiva militar israelense “Limite Protetor”, em 8 de julho.

De acordo com o Ministério da Saúde em Gaza, 18 palestinos morreram em ataques do exército israelense em diferentes pontos da faixa, aos que se somam 32 corpos que foram resgatados dos escombros de imóveis destruídos nos bombardeios.

Entre as vítimas está uma menina que morreu ao ter sua casa atingida por um míssil em Al Bakri, no campo de refugiados de Shati, ataque que feriu outras 30 pessoas.

Esse ataque, denunciou Ashraf al Qedra, porta-voz de Saúde, aconteceu minutos depois das 10h (local, 4h em Brasília), quando Israel anunciou que suspenderia as atividades ofensivas na faixa durante sete horas.

O cessar-fogo, em vigor até as 17h tinha por objetivo permitir a população de Gaza se abastecer e voltar para seus lares, mas excluiu a cidade de Rafah, onde os confrontos não pararam.

A trégua humanitária “não será aplicável nas áreas em que o exército israelense está atuando”, disse uma fonte militar em alusão ao sul da faixa, única zona que ainda há tropas de infantaria e blindados.

Durante o cessar-fogo, moradores de Gaza saíram às ruas e muitos aproveitaram para ir aos hospitais ou buscar seus entes queridos, apesar do fogo nunca ter parado totalmente e algumas testemunhas falarem de vários bombardeios.

Uma porta-voz do exército israelense confirmou à Efe que, acabado o prazo, a aviação atacou pelo menos 15 alvos em Gaza, mas sem detalhar de qual natureza nem as áreas alcançadas.

A violência voltou hoje a Jerusalém, onde em três horas dois ataques em diferentes pontos da cidade deixaram um morto e vários feridos, e em pelo menos um dos casos houve confirmação da autoria de um palestino, que a polícia não descarta se tratar de um atentado com motivação política.

Um soldado israelense ficou gravemente ferido depois dos disparos efetuados por um motociclista nas imediações da Universidade Hebraica de Jerusalém, na parte leste da cidade, que fugiu para o bairro palestino de Wadi Jooz.

A agressão aconteceu depois da morte de um judeu ultra-ortodoxo de 29 anos e de seis pessoas ficarem feridas quando um palestino arremeteu com uma escavadeira contra tudo o que encontrava pela frente em um bairro “haredí” da cidade, antes de ser abatido a tiros por guardas de segurança que estavam próximos dali.

Durante a jornada as milícias em Gaza, que não se sentiram comprometidas com o cessar-fogo unilateral declarado por Israel, lançaram 63 foguetes, 42 disparados durante as sete horas em que Israel deixou de atacar zonas muito povoadas.

Durante o atual confronto em Gaza morreram 67 pessoas do lado israelense, 64 soldados em combate, e dois civis e um tailandês pelo fogo de projéteis.

A trégua humanitária aconteceu depois do mortífero ataque no domingo a uma escola da ONU no sul de Gaza, que deixou dez mortos e dezenas de feridos, duramente condenada pelos atores internacionais.

Enquanto isso, o cessar-fogo por parte das milícias palestinas poderia estar mais perto do que nunca, anunciaram porta-vozes dos principais grupos citados pela imprensa local, o que respaldaria a negociação diplomática promovidas pelo Egito.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse hoje que a campanha em Gaza continua, mas antecipão que em breve terminará a operação para desmantelar os túneis cavados pelas milícias palestinas.

No sábado Netanyahu disse que estava por completar a missão para a qual tinha ordenado a entrada de forças terrestres em Gaza e que o exército recuava nas “zonas mais confortáveis” respondendo a “interesses de segurança” de Israel. EFE

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