ONS sinaliza possível déficit no custo da operação elétrica de janeiro
O Programa Mensal de Operação (PMO) para o mês de janeiro, revisto pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), sinaliza que o custo marginal de operação (CMO) poderá atingir a média de R$ 1.445,61 por megawatt-hora (MWh), na semana de 24 a 31 deste mês, nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul, e de R$ 1.420,66 o MWh nos subsistemas Nordeste e Norte.
De acordo com o Informe do PMO, divulgado hoje (23) pelo ONS, a estimativa considera algumas variáveis que influenciam a formação do CMO, entre as quais previsão de chuvas, uso de usinas termelétricas e nível dos reservatórios. Na semana anterior, de 17 a 23 de janeiro, o custo marginal de operação alcançava R$ 1.402,96 para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul, e R$ 823,65 para os subsistemas Nordeste e Norte.
O boletim destaca que se o custo ficar acima de R$ 1.420,34 o MWh, isso corresponde ao primeiro patamar da curva do custo do déficit de energia elétrica, cujos valores foram definidos pela Resolução Homologatória número 1.837 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), publicada em dezembro do ano passado. Conforme indicou à Agência Brasil o professor Marcos Freitas, do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig) da Coppe-UFRJ, o atingimento do patamar de déficit pode implicar em nova revisão tarifária pela Aneel.
A assessoria do ONS advertiu, entretanto, que como as regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte se encontram em seus períodos úmidos, os cenários traçados admitem a possibilidade de reversão do atual quadro hidrológico de baixa precipitação. O boletim do ONS acrescenta que, em caso de ocorrência de chuvas, “os níveis de armazenamento ao final de janeiro de 2015, apresentados neste documento, consideram o pleno atendimento aos requisitos de carga”.
A média esperada até o final do mês – em termos de previsão de chuvas nos subsistemas Sudeste, Sul, Nordeste e Norte – alcança, respectivamente, 43%, 213%, 26% e 62% da média histórica de todos os meses de janeiro, desde a década de 1930. Os números mostram queda em comparação com as médias previstas na semana anterior, que eram 44%, 222%, 27% e 63%. O boletim aponta também que o valor esperado em 31 de janeiro para a energia armazenada máxima, referente ao nível operativo dos reservatórios, chega a 17,2% no Sudeste, 62,9% no Sul, 16,2% no Nordeste e 34,6% no Norte.
A previsão da carga de energia gerada em janeiro atinge 70.120 megawatts médios (MW médios), o que representa aumento de 3,2% em relação a janeiro do ano passado.
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