ONU denuncia que situação humana na Somália “continua sendo alarmante”

  • Por Agencia EFE
  • 31/08/2015 13h18

Nairóbi, 31 ago (EFE).- Cerca de 343 mil crianças correm sério risco de desnutrição aguda e 885 mil pessoas estão em situação de emergência alimentícia na Somália, informou nesta segunda-feira a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

O número de pessoas expostas à crise alimentícia aumentou 17% nos últimos seis meses, passando de 731 mil para 885 mil, segundo os últimos dados divulgados pela ONU em entrevista coletiva em Nairóbi.

“Os níveis de insegurança alimentícia e desnutrição são críticos, a ajuda concedida pelos organismos impediu que a situação fosse muito pior, mas todos temos que fazer mais”, afirmou o coordenador humanitário da ONU, Peter de Clercq, que também destacou a “preocupante” situação dos deslocados internos.

Cerca de 215 mil crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda, dos quais quase 40 mil estão gravemente desnutridos e correm um alto risco de contrair doenças e de morte.

Segundo alertou a ONU, um total de 3,1 milhões de pessoas “necessitam de assistência humanitária” neste país do Chifre da África.

A situação de emergência na Somália se deve à escassez de chuvas que afetou a produção de cereais, ao saque de comércios por insurgentes em zonas urbanas do sul do país e ao grande número de deslocamentos internos.

Além disso, espera-se que esta situação se agrave de outubro a dezembro devido às chuvas e inundações que supostamente trará o fenômeno El Niño, segundo disse por videoconferência o representante de FAO na Somália, Richard Trenchard.

Em suma, 68% das pessoas em situação de emergência são deslocadas internas -há 1,1 milhões- que enfrentam violações de direitos humanos como o trabalho infantil e a violência de gênero, agravada pela insegurança alimentícia.

Nos acampamentos que acolhem os deslocados internos a taxa de desnutrição aguda se situa acima do umbral de emergência de 15%.

Em 2011, a Somália sofreu uma devastadora crise de fome, e embora a situação tenha melhorado desde então, a emergência humana persiste.

Além disso, o país está ainda imerso em um prolongado e complexo conflito armado entre tropas de vários países africanos e o Exército somali da Al Shabab, que quer instaurar um Estado muçulmano de corte wahhabista no país. EFE

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