ONU se oferece para criar corredores humanitários na Síria no lugar da Rússia
O enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Staffan de Mistura, disse, nesta sexta-feira, 29, que sugeriu à Rússia que a criação de corredores humanitários ao redor da cidade síria de Alepo fique por conta da ONU.
Staffan de Mistura falou aos jornalistas em Genebra hoje, um dia depois que a Rússia anunciou que suas forças e o governo sírio abririam corredores humanitários para permitir que militantes da oposição e civis deixem a cidade sitiada de Aleppo.
De Mistura diz que está aguardando esclarecimentos junto com as autoridades russas sobre esse plano. Ele observou que a situação é urgente no norte da cidade, destruída pela violência devastadora nos últimos meses. O enviado também advertiu que “o relógio está correndo para a população de Alepo”.
Em comentário transmitido ontem na televisão, autoridades da Rússia informaram irão abrir junto com o governo da Síria três corredores humanitários para permitir a saída da cidade de civis e rebeldes que se renderem e a entrada de alimentos e primeiros socorros.
Uma quarta rota irá permitir que rebeldes armados deixem a cidade em direção ao norte, disse Shoigu, acrescentando que organizações humanitárias internacionais estão sendo convidadas a participar da administração dos corredores.
O ministro chamou o plano de “operação humanitária em larga escala”, com o objetivo de aliviar uma cidade na qual cerca de 300 mil pessoas estão encurraladas em áreas tomadas pelos rebeldes cercados por forças leais ao presidente sírio Bashar al-Assad.
Membros da oposição em Aleppo, entretanto, afirmaram que estão céticos quanto a medida, já que pedidos anteriores por corredores humanitários raramente foram atendidos. Alguns acreditam que o oferecimento desses corredores são apenas propaganda da Rússia e da Síria.
“Absolutamente nenhum corredor humanitária foi feito, essa notícia é completamente falsa”, disse Mosaab Khalaf, membro da oposição do conselho da cidade de Aleppo. Outros trabalhadores humanitários no leste de Aleppo afirmam que nenhum corredor foi aberto.
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