Oposição afirma que Venezuela “não é ameaça para nenhum país”
Caracas, 10 mar (EFE).- A plataforma opositora venezuelana Mesa da Unidade Democrática (MUD) afirmou nesta terça-feira que o país não é ameaça para nação alguma e que o governo de Nicolás Maduro é que representa risco para os direitos da população.
“A Venezuela não é ameaça para nenhum país. São as políticas do atual governo venezuelano que ameaçam e restringem o direito de nossos cidadãos a viver e progredir em paz”, destacou em comunicado a coalizão que agrupa a maioria dos partidos de oposição no país.
“Ratificamos que nossa luta é por uma mudança pacífica, democrática, eleitoral e constitucional, e que a livramos na Venezuela e junto ao povo venezuelano, seu legítimo protagonista”, acrescentou a MUD depois que uma ordem executiva emitida ontem pela Casa Branca qualificou o país como uma “ameaça extraordinária”.
O presidente americano, Barack Obama, declarou ontem que a situação na Venezuela é “uma ameaça extraordinária à segurança” dos Estados Unidos e anunciou uma ampliação das sanções a sete altos funcionários do governo venezuelano aos que considera responsáveis de violações dos direitos humanos. O anúncio de Washington inclui o bloqueio de bens que esses funcionários pudessem ter nos Estados Unidos, acusados de violar direitos humanos durante os protestos antigovernamentais que ocorreram no país durante o ano passado.
Neste sentido, a MUD reforçou sua posição perante a ordem executiva ao “distinguir entre sanções a um país e sanções a pessoas” e qualificou de “imoral” se esconder “atrás da bandeira para proteger uma conta bancária com fundos da corrupção” ou para “conseguir impunidade a violações de direitos humanos”.
A plataforma, que disse preferir a ação preventiva do “acatamento” das instituições dispostas para a comunidade internacional do que sanções “unilaterais”, afirmou que a situação foi “propícia precisamente pelo governo da Venezuela” ao “desacatar os pronunciamentos de instâncias da Organização das Nações Unidas (ONU)”.
“Ao fazer caso omisso da legalidade internacional, ao descumprir os Convênios e Tratados validamente assinados pela República, o governo venezuelano propiciou o lamentável cenário que hoje presenciamos”, assinalou no texto.
A plataforma disse receber com “apreço e agradecimento o apoio da comunidade internacional”, ao tempo que acrescentou: “Não aspiramos nem admitimos que a comunidade internacional ou algum de seus membros assuma deveres que são nossos”.
Maduro qualificou ontem a decisão de seu colega americano como o passo “mais agressivo” da história de seu país contra a Venezuela e anunciou que prevê solicitar hoje ao parlamento venezuelano poderes especiais para legislar com eles e defender a “integridade” do país. EFE
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