Oposição do Burundi cancela diálogo com governo após morte de líder da UPD

  • Por Agencia EFE
  • 24/05/2015 10h43
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Bujumbura, 24 mai (EFE).- A oposição do Burundi anunciou neste domingo que deixou as conversas informais que tinha com o governo após o líder do partido União pela Paz e a Democracia (UPD), Zedi Feruzi, ter sido assassinado ontem à noite por homens armados em frente a sua casa.

Há várias semanas, a oposição burundinesa organiza manifestações quase diariamente para protestar pela intenção do presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, de concorrer nas eleições do dia 26 de junho e tentar seu terceiro mandato.

As organizações da sociedade civil burundinesa explicaram em comunicado que se “retiram do diálogo por causa do assassinato (de Feruzi) e os constantes ataques contra líderes do movimento”, além da repressão das manifestações com “uso excessivo da força e fogo real”.

Apesar dos esforços das Nações Unidas para que os dois lados se aproximassem, as conversas de paz não serão retomadas “enquanto o governo mantiver sua atitude beligerante e classificar os manifestantes como terroristas, organizadores de um movimento de insurreição e golpistas”, diz a nota.

Os opositores também advertem o governo de Nkurunziza de que a questão do terceiro mandato é “inegociável”, por isso qualquer diálogo que não inclua a retirada da candidatura do presidente será “em vão”.

Por sua vez, a UPD denunciou que “este assassinato ignóbil está em um contexto político de polarização e radicalização da classe política burundinesa em torno do polêmico terceiro mandato ao qual aspira o presidente da República”.

No entanto, a morte do líder não mudou a postura da UPD, que “manterá sua posição contrária ao terceiro mandato ilegal (de Nkurunziza) e ao rearmamento da população civil, especialmente das (milícias hutu) Imbonerakure”.

No dia 25 de abril, o governante Conselho Nacional para a Defesa da Democracia (CNDD-FDD) anunciou que Nkurunziza voltaria a concorrer às eleições presidenciais para tentar conseguir seu terceiro mandato, apesar de a Constituição limitar a dois períodos de cinco anos o prazo de permanência no posto.

A decisão de manter sua candidatura desencadeou uma onda de violentos protestos nas quais morreram dezenas de pessoas, entre elas 12 soldados acusados de dar um fracassado golpe de Estado contra o presidente na semana passada. EFE

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