Opositora venezuelana denuncia no Brasil o “regime sem escrúpulos” de Maduro
Brasília, 2 abr (EFE).- A opositora venezuelana María Corina Machado denunciou nesta quarta-feira perante uma comissão do Senado o que qualificou como “repressão brutal” de um “regime sem escrúpulos”, em referência ao governo do presidente Nicolás Maduro.
“Quando a uma sociedade se fecham as vias institucionais e se criminaliza seus cidadãos, os povos têm duas opções: ou hesitam ou vão às ruas pacificamente lutar pela liberdade”, declarou María Corina perante os senadores brasileiros ao justificar a onda de protestos que começou na Venezuela no último mês de fevereiro.
A dirigente opositora foi convidada pela Comissão de Relações Exteriores do Senado para debater a crise em seu país e pediu ao Brasil que “não feche os olhos” diante da repressão que o povo venezuelano sofre nas ruas.
María Corina também denunciou a “ilegalidade” de sua destituição como deputada, apoiada em uma suposta violação da Constituição em que teria incorrido ao representar o Panamá perante a Organização dos Estados Americanos (OEA) no último dia 20 de março.
Apesar disso, insistiu que chegou ao Brasil “mais deputada que nunca”, pois esse cargo foi dado pelo povo, “e só o povo” pode retirá-lo.
María Corina justificou os protestos que começaram há dois meses pela crítica situação econômica venezuelana, a crescente insegurança, a escassez de produtos básicos, a suposta “ingerência” de Cuba, a falta de liberdades e outro sem-fim de razões.
A deputada pediu que os senadores brasileiros “se solidarizarem com o povo venezuelano”, e afirmou que em seu país não se vive um conflito “ideológico” entre esquerda e direita.
Segundo a líder venezuelana, o conflito é entre “a falta de respeito aos direitos humanos e às liberdades, entre a ditadura e a democracia, entre a Justiça e os atropelos, entre um regime opressor e um povo que clama por liberdade”.
De acordo com María Corina, “é incompreensível como muitos países, que foram tão ativos nos casos de Honduras e Paraguai, dão as costas à Venezuela”. EFE
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